terça-feira, 26 de janeiro de 2021

O mundo das Copas (Parte IV), de Lycio Velloso Ribas

Editora: Lua de papel

ISBN: 978-85-6306-609-1

Opinião: ★★★★☆

Páginas: 588

Sinopse: Parte I



1998 – Local: França Campeã: França

 

– O número de seleções aumentou de 24 para 32. Os críticos diziam que João Havelange – que presidia a federação desde 1974 – dependia deste aumento para garantir votos para suas seguidas reeleições, que dependiam de votos de asiáticos e africanos. Platini, ex-jogador francês e presidente da UEFA disse que “32 países já é demais”. A Fifa contra-argumentava que houve um aumento no número de países. A Iugoslávia, por exemplo, se dividiu em seis países, a União Soviética em onze, todos concorrendo a vagas como países independentes.

 

– A Suécia, terceiro lugar em 1994, e seleção que mais marcou gols naquele mundial, que empatou com o Brasil na primeira fase (tendo saído na frente) e a quem o Brasil teve dificuldade para ganhar na semifinal, não conseguiu se classificar para a Copa de 1998.

 

– Outras mudanças nas regras aconteceram: o time que fizesse um gol na prorrogação sagrar-se-ia vencedor – a famosa “morte súbita”; o impedimento passivo, ou seja, o jogador que estivesse em impedimento, mas não participasse da jogada, não invalidaria o gol; liberaram a disposição de bolas com os gandulas (para que a bola retornasse mais rapidamente ao jogo); o tempo de acréscimo deveria ser mostrado numa placa à beira do gramado; os “carrinhos” por trás deveriam ser punidos com cartão vermelho.

 

– Nas eliminatórias da Ásia, as Maldivas levaram 59 gols em seis jogos, uma média de quase 10 por jogo.

 

– Parreira treinava a seleção da Arábia Saudita e já havia perdido o primeiro jogo. Dias antes do segundo jogo foi criticado por alguns jogadores pelo esquema muito defensivo (coisa que já vimos por aqui). Ele não cedeu, armou um time retranqueiro e levou de 4 da França. Foi o primeiro técnico a ser despedido durante a própria Copa. No terceiro jogo, os sauditas já estavam desclassificados, mas jogaram sem Parreira, e assim conseguiram um empate – e só não venceram porque tomaram um gol de pênalti aos 49m do segundo tempo.

 

– Dunga coordenava a equipe de dentro de campo, e uma discussão sua com Bebeto rendeu muitas críticas. O franzino atacante já estava em fim de carreira, mas era assim mesmo escalado por Zagallo, deixando o inquieto Denílson no banco. Como resultado das críticas, Dunga não disse uma palavra no jogo contra a Noruega, e o Brasil acabou perdendo por 2 a 1. Depois da partida alguns jogadores ainda trocaram farpas públicas. O zagueiro Aldair puxou, então, uma reunião com os jogadores. Um ponto consensual era que deveriam parar o bate-boca via imprensa. E outro, era que o capitão Dunga precisava voltar a comandar o time em campo – em outros termos, os jogadores pediam para voltar a tomar esporro.

 

– A Copa da França registrou diversos casos de parentes em campo. O técnico da Itália, Cesare Maldini, era pai do lateral Paolo Maldini; a Dinamarca tinha os irmãos Michael e Brian Laudrup; a Bélgica, Emile e Mbo Mpenza; os holandeses tinham os gêmeos Frank e Ronald de Boer; já a Noruega tinha um caso triplo: Havard Flo era primo dos irmãos Jostein Jlo e Tore Andre Flo.

 

– A seleção brasileira tentava esconder as desavenças entre os jogadores antes e durante o torneio. O caso mais destacado foi o de Edmundo, que cobiçava abertamente uma vaga no ataque desde antes de a Copa começar. Por isto, ele entrou em atrito com o titular Bebeto, acusando-o de boicotá-lo durante os treinos. Leonardo tentou apaziguar a situação, mas Edmundo reagiu: “Você sempre que dar uma de bom moço. Vai tomar no cu”. O atacante foi forçado a se desculpar em público, mas um zagueiro que prefere permanecer incógnito disse entre dentes: “Não deviam ter trazido esse cara”...

 

– Ronaldo teve uma convulsão na madrugada anterior a final. “Só se pensava em algo pior. Ninguém dormiu mais. Ali começamos a perder a Copa. Não houve tranquilidade, nem para os reservas”, frase do volante Emerson, sobre o ambiente na seleção depois de Ronaldo ter passado mal. No meio do jogo, Roberto Carlos mandou desnecessariamente a bola pra fora e arranjou um escanteio que resultou num gol de Zidane, que era marcado pelo meia-atacante Leonardo – um erro. No segundo gol, Zidane empurrou Dunga (em falta que o juiz não assinalou) e cabeceou, e a bola passou entre as pernas de Roberto Carlos – em nova falha do lateral. Já nos acréscimos, com o time todo no ataque, o Brasil levou o terceiro e a França foi – de maneira justa – a campeã.

 

– Nenhum jogador se destacou muito perante os outros na Copa, porém, a Fifa escolheu Ronaldo como o melhor jogador do torneio, em decisão que só ela mesma pôde compreender.

 

 

2002 – Local: Japão e Coreia do Sul Campeão: Brasil

 

– A maior goleada até então entre seleções foi um 20 a 0 da China sobre o Butão, na Copa da Ásia de 2000. Mas nas eliminatórias da Oceania, a Austrália goleou Tonga por 22 a 0. Dois dias depois, massacrou a Samoa Americana por 31 a 0. A Austrália ganhou facilmente o grupo do continente, mas, curiosamente, não conseguiu ir à Copa, pois teve de disputar a vaga com o Uruguai na repescagem da América do Sul e a Celeste acabou prevalecendo.

 

– Luiz Felipe Scolari testou depois da Copa América quase todas as opções viáveis para o ataque. Quase, excetuando uma: Romário. O atacante não compreendia porque não era convocado, e o técnico sofria pressão da imprensa e torcida para que o chamasse. Depois de muito ser questionado, Felipão disse porque não o convocava: Romário se recusou a participar da Copa América argumentando que faria um tratamento no olho. Porém, foi jogar com o Vasco um torneio caça-níqueis no México. O técnico considerou a atitude uma traição e não o convocou mais. A ausência gerou protestos em todo o país, chegando a ponto de um advogado entrar na justiça com um mandado de segurança para que o atacante fosse convocado. O pedido foi negado pelo juiz que analisou o caso – embora o próprio juiz se declarasse favorável a presença de Romário na seleção. O atacante não foi chamado.

 

– A Argentina precisava vencer a Suécia para não ser desclassificada logo na primeira fase, mas continuou seguindo o confuso estilo de jogo das partidas anteriores, baseado em cruzamentos: foram 57 bolas erguidas na área sueca. Os nórdicos contra-atacavam rápido e abriram 1 a 0. Os portenhos só chegaram ao empate devido a uma grande ajuda do árbitro estadunidense Ali Bujsaim. Ele ignorou falta clara em Larsson – que resultaria na expulsão de Chamot –, deu um pênalti inexistente para os argentinos, além de ignorar o gol irregular de Crespo na sequência. Ainda assim o jogo terminou em 1 a 1, e os sul-americanos choraram em campo a eliminação precoce.

 

– O atacante argentino Caniggia conseguiu um feito inédito em Copa do mundo no jogo contra a Suécia: ser expulso do banco de reservas, devido às falas pouco amistosas ditas ao auxiliar – isto porque o árbitro ajudou e muito os portenhos.

 

– A Coreia do Sul, que jogava em casa, teve franco apoio da arbitragem para seguir no mundial. Nas oitavas de final contra a Itália, na prorrogação, o árbitro equatoriano Byron Moreno expulsou o atacante Toti por suposta simulação dentro da área, quando na verdade ele havia sofrido um pênalti claro. Afora isto, anulou um gol legítimo do meio-campista italiano Tommasi. A Coreia se aproveitou e marcou o dela e passou de fase. Nas quartas-de-final, depois do escândalo, pensou-se que a arbitragem fosse melhorar, mas o egípcio Gamal Ghandour e seus auxiliares foram ainda mais complacentes com os anfitriões. A Espanha dominou o jogo, mas teve dois gols incorretamente invalidados. No primeiro, o juiz anulou alegando falta de ataque quando os sul-coreanos já lamentavam o gol. No segundo, que foi na prorrogação – e portanto seria o gol de ouro – o bandeira assinalou que a bola havia saído na linha de fundo, quando ela sequer chegou a tocar na risca. Como se não bastasse, o juiz parou um lance limpo do atacante espanhol Luis Enrique que havia ficado cara a cara com o goleiro coreano. O jogo foi para os pênaltis e o juiz ainda conseguiu ajudar os anfitriões: o goleiro Won-Jae estava um metro adiantado quando conseguiu defender a penalidade, o que levou a Coreia as semifinais. Lá ela se encontraria com a Alemanha – e com uma arbitragem idônea – perderia por 1 a 0.

 

– Muito criticados pela imprensa de seu próprio país depois da derrota para o Brasil, os jogadores da Turquia se recusaram a falar com os jornalistas de seu país à medida que avançavam na Copa. Porém, não tinham restrições em conversar com a imprensa estrangeira.

 

– O atacante da Turquia Sükür, considerado o melhor jogador da história do país foi uma decepção ao longo do torneio. Porém, na disputa pelo terceiro lugar entre a Turquia e a Coreia do Sul, o atacante fez um gol aos onze segundos de jogo, o gol mais rápido em Copas já marcado – e a bola ainda havia saído com a Coreia.

 

– Diversas seleções não tiveram climas lá muito tranquilos na Ásia. Os suecos Ljungberg e Mellberg trocaram socos num treino. O argentino Veron incitou e ofendeu os ingleses antes do confronto entre ambos na Copa – o detalhe é que ele jogava na Inglaterra, no Manchester United. Já o senegalês Fadiga tentou furtar um colar numa loja na Coreia do Sul – foi flagrado pelas câmeras do circuito interno.

 

– A Itália teve 5 gols anulados durante a Copa do mundo. Um contra a Coreia – que seria o gol de ouro – e dois contra a Croácia, injustamente invalidados. Os outros dois, corretamente anulados, foram contra o Equador e o México.

 

– O sul-coreano Ahn Jung-Hwan foi demitido do Perugia, clube italiano pelo qual jogava por ter feito o gol de ouro que desclassificou os italianos da Copa. Porém, o presidente do clube acabou voltando atrás.

 

– A Alemanha, que veio a ser finalista da Copa, perdeu seis titulares absolutos antes do torneio devido a lesões.

 

– A Fifa escolheu o goleiro alemão Oliver Kahn como craque da Copa antes mesmo de a final acontecer. O goleiro havia salvado sua seleção inúmeras vezes durante o torneio. Porém, na final, bateu roupa num chute defensável de Rivaldo e Ronaldo aproveitou o rebote. Já o meia brasileiro, além de participar do primeiro gol, fez um corta-luz no lance do segundo gol, deixando passar a bola por entre suas pernas para Ronaldo, o que matou a defesa alemã. Ao longo dos anos Rivaldo foi bastante criticado por não repetir na seleção suas atuações no Barcelona, porém, fez um torneio impecável, e para o técnico brasileiro Felipão foi o melhor jogador da Copa. O Brasil sagrou-se pentacampeão, deixando as outras seleções bem para trás em número de títulos.

 

 

2006 – Local: Alemanha Campeã: Itália

 

– Seis seleções estrearam nesta Copa: Ucrânia, Trinidad e Tobago, Angola, Costa do Marfim, Gana e Togo. Além disso, República Tcheca e Sérvia e Montenegro (que herdaram o espólio de Tchecoslováquia e Iugoslávia) foram ao mundial, mas com sua nova configuração.

 

– Nos dois jogos das eliminatórias, das Américas Central e do Norte, Bermudas anotou 20 gols em dois jogos contra Montserrat. Ainda assim, não chegou sequer a semifinal das eliminatórias daquela região.

 

– Na Copa das confederações, um ano antes da Copa do mundo, o Brasil não levou os veteranos Cafu e Roberto Carlos, além de Ronaldo. Parreira escalou Cicinho – que estava em ótima fase – na lateral direita. Afora isto, escalou o meia-atacante Zé Roberto (que na seleção era insistentemente escalado como volante – o que não era sua especialidade e desperdiçava o talento do jogador) como lateral esquerdo, sua posição de origem. Num time que ainda tinha Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e Adriano, o Brasil massacrou a Argentina na final por 4 a 1, numa das melhores apresentações da história da seleção. O quarteto do ataque foi apelidado de quadrado mágico. Na Copa, retornaram Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo – o quadrado se desmanchou, e jamais retornaria. O Brasil apresentou um futebol bem pouco convincente em todo o torneio (exceto quando os reservas jogaram contra o Japão).

 

– O futebol apresentado por Cafu e Roberto Carlos era bem fraco, mas a arrogância não: o primeiro disse “Seleção boa é a que ganha” – referindo-se à equipe de 1982. Já Roberto Carlos afirmou que Cafu tinha mais importância na história da seleção brasileira que Pelé – o único tricampeão mundial da história.

 

– Alguns jogadores brasileiros caçavam recordes: Ronaldo queria ser o artilheiro da história das Copas, e Cafu o brasileiro que mais atuou pela seleção em Copas e o jogador com maior número de vitórias no torneio. Enquanto conseguiam seus recordes individuais – que diferentemente dos títulos, podem ser quebrados – o Brasil afundava a olhos vistos.

 

– Kaká apresentou um futebol muito aquém do esperado na Copa e Parreira tinha o substituto ideal no banco para a posição: Juninho Pernambucano. Porém, quando o escalava, sempre o selecionava como volante, ocasionando o mesmo problema que ocorria com Zé Roberto: não tinha o tino de marcador, e não conseguia utilizar seu talento no ataque, já que estava preso taticamente a um esquema que prejudicava sua qualidade.

 

– No jogo contra a França ocorreu o esperado: o Brasil, que não apresentava um futebol convincente acabou sendo derrotado por 1 a 0, e pode-se considerar que foi pouco, pois a França desperdiçou outras chances de marcar. No jogo Kaká errou absolutamente tudo. No cruzamento que resultou no gol apenas três defensores correram para marcar o ataque francês: Lúcio, Juan e Gilberto Silva (que ficou perdido o jogo inteiro). Roberto Carlos, ao invés de marcar Henry que estava ao seu lado, ficou ajeitando as meias, em lance que ficaria (negativamente) histórico. O lateral argumentou que em lances como aquele o Brasil fazia linha de impedimento – no que foi desmentido por vários colegas, como Cicinho, Rogério Ceni e Zé Roberto. O próprio Parreira desmentiu a prática.

 

– Nas oitavas de final Portugal 1 X 0 Holanda houve de tudo: empurrões, cabeçadas, cotoveladas, toques de mão, trombadas, cera e carrinhos assassinos por todos os lados. O árbitro russo Valentim Ivanov distribuiu 16 cartões amarelos e quatro vermelhos – no que foi a partida com mais cartões da história das Copas.

 

– Nas quartas-de-final entre Alemanha e Argentina, o goleiro alemão Lehmann pegou duas das quatro penalidades, além de ter acertado o canto em todas as cobranças. Não era sorte. Os alemães tinham uma planilha detalhando como todos os jogadores argentinos batiam os pênaltis – contribuía para tanto o fato de os sul-americanos baterem as penalidades em treinos abertos ao público.

 

– Quando assumiu o comando da seleção portuguesa, o técnico Luiz Felipe Scolari barrou o goleiro titular Vítor Baia, ídolo além-mar, porém, desagregador de grupos, em atitude similar à que teve com Romário em 2002 – e como cá, comprou briga com a imprensa. Na EuroCopa de 2004 Felipão apostou em Ricardo para a posição, e ele ajudou a derrotar a Inglaterra nas quartas-de-final nos pênaltis. Na sétima cobrança, defendeu (sem luvas) a cobrança de Vassel e converteu a sua, classificando Portugal. Na Copa, novamente Portugal e a Inglaterra se encontraram nas quartas-de-final, novamente o jogo foi para as penalidades, e novamente Ricardo contribuiu para o avanço da equipe, que superou os ingleses. O goleiro defendeu três penalidades, estabelecendo o recorde de defesas em pênaltis da história das Copas (sendo que apenas quatro tiros foram necessários para desclassificar a Inglaterra).

 

– Na semifinal em que Portugal perdeu por 1 a 0 para a França, o técnico brasileiro Felipão havia acumulado um recorde significativo para um treinador: 12 jogos seguidos sem perder em Copas do mundo.

 

– Na final o craque francês Zidane – que havia destruído o Brasil – converteu um gol de pênalti, porém, na prorrogação, depois de ser provocado pelo zagueiro italiano Materazzi com palavras de baixo calão sobre sua irmã, lascou uma cabeçada no meio de seu peito. O lance marcou a final irremediavelmente, até porque era o último jogo da carreira do craque francês – que diferentemente de outros jogadores brasileiro, soube parar no auge.

 

– A Itália tinha uma maldição particular com penalidades em Copas, porém, aproveitando-se do erro do atacante francês Trezeguet que chutou a bola no travessão, sagrou-se campeã mundial depois de converter todas as cinco penalidades.

 

– O óbvio excesso de peso de Ronaldo foi assunto durante toda a Copa. O jogador brasileiro se recusava a dizer seu peso – que dirá mostrar-se sem blusa ante as câmeras. Antes do jogo contra o Japão o preparador Moraci Sant’Anna revelou que Ronaldo estava com 90,4kg, e que chegara na Copa com 94 kg, distribuídos em 1,83m. Com índice de massa corporal (IMC) superior a 27, Ronaldo era proporcionalmente o jogador mais gordo da Copa – o que era evidente para quem o observasse.

 

 

2010 – Local: África do Sul*

 

– O único país estreante em Copas foi a Eslováquia.

 

– A Oceania foi palco de uma confusão geográfica nas eliminatórias. Cansada de ser a primeira seleção do grupo continental e depois ser eliminada por um sul-americano, a Austrália se desfiliou da Oceania e pediu inscrição na Ásia, onde havia quatro vagas em disputa – e, portanto, a chance de classificação era bem maior. Ironicamente, a Fifa decidiu que o primeiro colocado da Oceania deveria disputar com o quinto da Ásia – e não com o quinto sul-americano. Calhou que a Austrália conseguiu se classificar para a Copa, juntamente com outro país da Oceania, a Nova Zelândia.

 

– Holanda e Espanha disputaram respectivamente oito e dez jogos nas eliminatórias – e venceram todos*:

*: Quando o livro foi escrito apenas as eliminatórias haviam ocorrido, de todo modo, destaque-se, estes dois países (que nunca haviam sido campões do mundo), vieram a fazer a final, com vitória espanhola na prorrogação.

 

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Melhores goleiros da história

 

1934 – Zamora (ESP): foi a primeira lenda a ocupar o gol, mesmo antes da camisa 1 ser estabelecida para os goleiros.

1958 – Yashin (URSS): revolucionou a posição, ao sair para cortar cruzamentos e pelo chão. Defendeu 150 pênaltis em sua carreira.

1966-70 – Banks (ING): foi o melhor na Copa de 1966 e executou na Copa de 1970 a defesa que até hoje é considerada a mais difícil de todas, numa cabeçada de Pelé.

1974 – Maier (ALE): risonho e brincalhão, fugia do estereótipo alemão. Mas no campo jogava sério e segurou o carrossel holandês

1978 – Fillol (ARG): apelidado de “pato”, o goleiro foi fundamental para segurar a Holanda na final e dar o título para a Argentina.

1982 – Dassaev (URSS): impressionou a todos no mundial de 1982, sendo eleito diversas vezes o melhor do mundo na década de 80.

1986 – Pfaff (BEL): destaque do time belga desde 1980, com ele sua seleção realizava o sonho histórico de derrotar times mais poderosos.

1994 – Preud’Homme (BEL): apesar da baixa estatura (1,79m), era muito ágil e seguro.

2002 – Kahn (ALE): levou a limitada seleção alemã à final, sendo por conta disso o primeiro goleiro a ser considerado o melhor jogador de uma Copa pela Fifa.

 

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Recordes de público

 

1950: Brasil 1 X 2 Uruguai – 173.830 pessoas (a capacidade do estádio era de 155.00 torcedores) – Maracanã – Rio de Janeiro - Brasil.

1950: Brasil 6 X 1 Espanha – 153.000 pessoas – Maracanã – Rio de Janeiro - Brasil.

1950: Brasil 2 X 0 Iugoslávia – 142.000 pessoas – Maracanã – Rio de Janeiro - Brasil.

1950: Brasil 7 X 1 Suécia – 139.000 pessoas – Maracanã – Rio de Janeiro - Brasil.

1986: Argentina 3 X 2 Alemanha – 114.600 pessoas – Azteca – Cidade do México – México.

 

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Maiores ausências da história

 

– O meia soviético Alexei Mikhailichenko surgiu para o mundo em 1988, ao sagrar-se vice-campeão europeu e levar o time olímpico à conquista da medalha de ouro em Seul, na final contra o Brasil. Machucou-se pouco antes da Copa de 1990, e não pôde participar das seguintes devido à desintegração da União Soviética.

 

– Alfredo Di Stéfano, um dos melhores jogadores da história, nunca jogou uma partida em Copas. A Argentina não quis jogar em 1950. Naturalizado espanhol, a Fúria estava mansa e não conseguiu se classificar para as Copas de 1954 e 58. Pouco antes da Copa de 1962 se machucou. Foi mantido na delegação esperando-se que melhorasse no meio do mundial, mas a Espanha foi eliminada na primeira fase.

 

– O brasileiro Arthur Friedenreich tinha 38 anos, mas ainda jogava muito pelo São Paulo da Floresta e acabou não sendo convocado para a Copa de 1930, devido a desavenças entre cartolas. Diz-se que teria marcado 1.329 gols, mas o pesquisador Alexandre Costa mostrou que eram “somente” 556.

 

– O meia alemão Bernd Schuster destacou-se na Copa de 1980, mas sua presença rachava a equipe. Pediu despensa pouco antes da Copa de 1982. Motivo: ficar com a mulher Gabi, dez anos mais velha e famosa por ter pousado nua na revista Stern. Ele largou a seleção em 1984, aos 25 anos.

 

– Considerado uma das maiores lendas do futebol britânico (senão a maior), o norte-irlandês George Best não conseguiu ir à Copa porque o resto do time não ajudava e seu país não conseguia a classificação. Quando seu país conseguiu voltar ao torneio, em 1982, ele estava com 36 anos, mas ainda havia quem defendesse sua convocação. Entretanto, a indisciplina que marcou sua carreira pesou contra, e ele não foi chamado.

 

– O liberiano George Weah foi eleito o melhor do mundo em 1995, quando jogava pelo Milan. Porém, a Libéria não conseguia montar um time bom o suficiente para passar das eliminatórias e ele nunca disputou uma Copa.

 

– O inglês Kevin Keegan viveu sua fase áurea num período em que a Inglaterra não passava das eliminatórias. Quando sua seleção retornou à Copa, em 1982, ele já estava com 31 anos e uma lesão crônica nas costas. Entrou no sacrifício contra a Espanha e sua participação no torneio foi de apenas 27 minutos.

 

– O goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez era o capitão da seleção e o melhor goleiro sul-americano na década de 80. Porém, por teimosia, o treinador Omar Borras deixou-o na reserva na Copa de 86, quando o goleiro vivia o auge da forma. Rodolfo disparou: “Não fui escalado porque falta ao técnico o que tenho de sobra: coragem”.

 

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Os números

 

Das 10 maiores séries invictas de partidas em Copas do mundo, o Brasil detém 4: três vezes 11 jogos (entre 70 e 74, 78 e 82 e 2002 e 2006) e uma de 13 jogos, a maior de todas, entre 1958 e 1966. Já nas séries com o maior número seguido de vitórias, o Brasil possui 3 entre os 5 melhores resultados: duas com 6 vitórias entre 70-74 e 78-82. E o maior de todos, com 11 vitórias, entre 2002 e 2006. O Brasil também é o maior detentor de títulos (5), o único a participar de todas as Copas (18), é a seleção com o maior número de vitórias (64) e gols marcados (201).*

*: Desconsideram-se os resultados de 2010 em diante, pois o livro ainda não havia sido lançado à época – o Brasil, porém, permanece em primeiro lugar em todos os dados citados.

 

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Outras partes desta publicação:

Parte I: http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2010/10/o-mundo-das-copas-lycio-velloso-ribas.html

Parte II: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/o-mundo-das-copas-parte-ii-de-lycio.html

Parte III: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/o-mundo-das-copas-parte-iii-de-lycio.html

 

 

 

 

O time dos sonhos brasileiro

 

Só cabem onze, e o autor enumera:

1 – Goleiro – Gilmar

2 – Lateral – Djalma Santos

3 – Zagueiro – Domingos da Guia

4 – Zagueiro e lateral – Carlos Alberto Torres

6 – Lateral – Nilton Santos

5 – Meia – Zico

8 – Meia – Didi

7 – Atacante – Garrincha

9 – Atacante – Ronaldo

10 – Atacante – Pelé

11 – Atacante – Romário

 

Com esta escalação, deixa-se de fora, dentre outros:

Goleiros – Leão e Taffarel.

Zagueiros – Aldair, Juan, Lúcio e Oscar.

Laterais – Jorginho, Júnior e Leandro.

Volantes – Clodoaldo, Dunga, Falcão e Zito.

Meias – Gérson, Sócrates, Rivellino e Ronaldinho Gaúcho.

Atacantes – Éder, Jairzinho, Leônidas da Silva, Reinaldo, Vavá e Zizinho.

 

 

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Outras partes desta publicação:

Parte I: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2010/10/o-mundo-das-copas-lycio-velloso-ribas.html

Parte II: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/o-mundo-das-copas-parte-ii-de-lycio.html

Parte III: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/o-mundo-das-copas-parte-iii-de-lycio.html

Um comentário:

Doney disse...

- Diferentemente de outras obras, nesta faço uma compilação das melhores histórias sem citação direta.
- A postagem original deste livro, feita em outubro de 2010, tinha um tamanho excessivo. Na época eu não tinha tido a ideia de dividi-la. Fazendo uma correção das postagens do Blog, agora a dividi em 4 partes.