sexta-feira, 30 de maio de 2008

O lucro ou as Pessoas? Neoliberalismo e Ordem Global - Noam Chomsky

Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 978-85-2860-935-6
Opinião: ★★★★☆
Páginas: 192



Trechos da introdução - por Robert W. McChesney

“Mas este ainda é um pobre indicativo das perniciosas implicações do neoliberalismo para uma cultura política centrada no civismo. Por um lado, a desigualdade social gerada pelas políticas neoliberais solapa todo e qualquer esforço de realização da igualdade de direitos necessária para que a democracia tenha credibilidade. As grandes empresas têm meios de influenciar a mídia e controlar o processo político, e assim o fazem. Na política eleitoral dos Estados Unidos, por exemplo, 0,25 por cento dos americanos mais ricos são responsáveis por 80 por cento do total de contribuições políticas individuais, e a contribuição das grandes empresas supera a dos trabalhadores em uma proporção de 10 para 1. Sob o neoliberalismo tudo isso faz sentido, uma vez que as eleições refletem princípios de mercado. Já as contribuições são tratadas como investimento. Desse modo, reafirma-se a irrelevância da política eleitoral para a maioria das pessoas e confirma-se o domínio incontrastável das grandes empresas.”


“Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível.”


“O sistema neoliberal tem, por conseguinte, um subproduto importante e necessário – uma cidadania despolitizada, marcada pela apatia e pelo cinismo.”


“Sob certos aspectos, a qualidade do debate e das opções nas eleições neoliberais é mais parecida com a que se vê num Estado comunista de partido único do que com a de uma democracia de verdade.”

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Por Noam Chomsky

“As doutrinas neoliberais, independentemente do que se pense delas, debilitam a educação e a saúde, aumentam a desigualdade social e reduzem a parcela do trabalho na distribuição da renda. Ninguém duvida disso seriamente hoje em dia.”


“Tudo isso é natural numa sociedade governada, num grau incomum, pelos negócios, e que gasta fortunas em marketing: um trilhão de dólares anuais, um sexto do Produto Interno Bruto, em sua maior parte dedutíveis de impostos, de modo que as pessoas pagam pelo privilégio de estar sujeitas à manipulações de suas atitudes e comportamentos.”


“Pediram-me para falar sobre aspectos da liberdade acadêmica e humana, convite que oferece muitas opções. Vou me limitar às mais simples dentre elas.
Liberdade sem oportunidade é um presente diabólico, e a negação dessas oportunidades, um crime. A sorte dos mais vulneráveis nos dá uma clara medida da distância que separa o ponto onde nos encontramos de algo que pudéssemos chamar de “civilização”. Durante a minha fala, mil crianças morrerão de doenças facilmente preveníveis, e quase duas mil mulheres morrerão ou ficarão seriamente incapacitadas na gravidez ou no parto por falta de cuidados e medicamentos básicos. A UNICEF estima que, para superar essa tragédia e assegurar o acesso de todos os serviços sociais básicos, seria necessário nada mais que a quarta parte dos gastos militares dos países “em desenvolvimento”, cerca de 10 por cento dos gastos militares norte-americanos. É sobre o pano de fundo dessa realidade que qualquer discussão séria sobre liberdade humana deve ser levada a cabo.”

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll

Editora: L&PM

ISBN: 978-85-2540-943-0

Tradução: Rosaura Eichenberg

Opinião: ★★★☆☆

Páginas: 172

Sinopse: Charles Lutwidge Dodgson – mais conhecido como Lewis Carroll – nasceu em 27 de janeiro de 1832 em Daresbury, Inlgaterra, e morreu em Guildford, Inglaterra, a 14 de janeiro de 1898. Seu nome está inscrito na história da literatura mundial por ser o autor de Alice no País das Maravilhas, o mais estranho e fascinante livro para crianças jamais escrito.

Filho de um pastor anglicano, Lewis Carroll tinha dez irmãos e cresceu num ambiente onde aprendeu a contar histórias e cuidar e distrair crianças. Apaixonado por matemática e fotografia, foi nomeado professor de matemática em Oxford, em 1861. Como fotógrafo amador, fotografava invariavelmente meninas entre 8 e 12 anos de idade. Sua obra-prima é fruto de uma história que narrou a Alice Liddle (então com 4 anos), amiga de suas irmãs. Seu primeiro livro, no entanto, é A Syllabus of Plane Algebraical Geometry, um tratado de matemática escrito em 1860.

Por sugestão do escritor Henry Kingsley, o livro foi publicado em 1865 sem ser especificado se era para adultos ou crianças. Foi um sucesso fulminante. Em 1871, publicou a sequência, que seria Alice no País do Espelho. Religioso, professor, pesquisador sério, Lewis Carroll escreveu vários livros, entre poemas, ensaios científicos, textos técnicos e de ficção juvenil.




“Mas tudo é esquisito hoje.”

 

 

“Era muito mais agradável em casa”, pensou Alice, “quando não vivia crescendo e diminuindo desse jeito, nem recebendo ordens de camundongos e coelhos.”

 

 

“Volte!” chamou a Lagarta. “Tenho algo importante a dizer: Não perca as estribeiras!”

 

 

“Gostaria que as criaturas não se ofendessem tão facilmente!”

 

 

“– “Mas se as meninas comem ovos, ora, então são uma espécie de serpente. É o que digo!” –  disse a pomba.”

 

 

– “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?”

– “Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse o Gato.

– “O lugar não me importa muito...”, disse Alice.

– “Então não importa que caminho você vai tomar”, disse o Gato.

– “Desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou Alice em forma de explicação.

– “Oh, você vai certamente chegar a algum lugar”, disse o Gato, “se caminhar bastante”.”

 

 

“– “Visite quem você quiser, são ambos loucos”.

– “Mas eu não ando com loucos”, observou Alice.

– “Oh, você não tem como evitar”, disse o Gato, “somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca. Você deve ser, senão não teria vindo para cá”.”

 

 

“Nunca imagine que você não é senão o que poderia parecer aos outros que o que você foi ou poderia ter sido não era senão o que você tinha sido que lhes parecia ter sido diferente.”