quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

O Evangelho da Nova Era: Uma análise e refutação bíblica da chamada Teologia da Prosperidade – Ricardo Gondim

Editora: Abba Press
Opinião: ★★☆☆☆
Páginas: 190
  
“A mentira, quanto mais parecida com a verdade, mais se torna perigosa.”


“Quando a igreja do primeiro século viu-se às voltas com inúmeras heresias que minavam o futuro do próprio cristianismo, Irineu disse, na sua defesa da fé contra o gnosticismo, que o erro nunca vem com todas as suas deformidades, pelo contrário, parece até mais “verdadeiro que a própria verdade”(McConnell, D. R. – A Different Gospel – Hendrickson Publishers Massachusetts – USA – 1990.). A tremenda força das heresias reside no fato de que elas parecem e soam como verdadeiras.
Entretanto, quando o vértice de um ângulo se distancia do ponto de partida, mais visível torna-se a divergência.”


“A Teologia da Prosperidade sustenta uma doutrina bizarra que nenhum filho de Deus pode em qualquer circunstância, adoecer e que isso demonstra falta de fé ou dar lugar ao diabo em sua vida. Hagin sustenta que há mais de quarenta e cinco anos nunca adoeceu nem com dor-de-cabeça. Ele prega que tanto ele como todos os membros de sua família gozam saúde perfeita.
Para os seguidores desta heresia, morrer com menos de setenta anos é uma prova de incredulidade, imaturidade espiritual, ou pecado.
Toda heresia é uma verdade bíblica levada a seu extremo. Quando Hagin insiste em afirmar que todo o cristão deve ter uma saúde perfeita, ele está absolutizando uma verdade, que não pode ser extremada.”


“Deus sustenta uma ordem que ferida, trás miséria. Seu universo subsiste com leis que obedecidas geram felicidade, quebradas produzem sofrimento e dor.”


“O que muitos do mundo exotérico chamam de poder mental, há crentes chamando de fé. Na Teologia da Prosperidade fé não é depender totalmente no caráter de Deus, mas “chamar realidades à existência”. Fé não é depositada em Deus, mas em um poder dirigido a Deus que o força a fazer o que se deseja que ele faça.
Finalmente, acredita-se que Deus está obrigado aos homens. Já que a humanidade não encontra semelhantes no universo, desenvolve uma espécie de narcisismo existencial. Acreditam, os defensores da Teologia da Prosperidade que Deus está preso às suas promessas e que Ele não tem escolha senão fazer o que prometeu.
Numa atitude arrogante o homem é deificado, Deus humanizado, e aprende-se que ao estalar dos dedos Ele corre para nos atender. A Teologia da Prosperidade insiste que podemos ir buscar nossos direitos para com Deus.
Hagin tem um capítulo em seu livro “O Extraordinário Crescimento da Fé”, em que ele ensina: “Como Preencher Seu Próprio Cheque com Deus”. O desastroso resultado dessa doutrina é que muitos buscam as igrejas sem quererem conhecer a Deus, mas um deus cujo poder eles possam usar para seus próprios fins. Desenvolve-se um Cristianismo com uma caricatura grotesca do Senhor parecido com a lenda do gênio da lâmpada que existe para atender seu amo. (...)
Há um egoísmo tão grotesco na Teologia da Prosperidade, que as pessoas passam a se achar tão especiais que se as coisas não ocorrem como gostariam, ficam deprimidas. Os cristãos aprendem muito sobre os seus direitos e pouco sobre a graça.”


“A oração de Ignácio de Loyola cabe aqui, como lembrança de como devemos nos posicionar diante de Deus:
“Ensina-nos, bom Senhor, a servir-te como tu mereces, a dar sem contar o custo, a lutar e não veras feridas, a trabalhar sem buscar descanso, a esforçar-nos e não querer prêmio a não ser o de fazermos tua vontade”.


“O modo escriturístico de ver as coisas é colocar o Senhor sempre diante de nós, é por Cristo no centro de nossa visão, e se Satanás estiver rondando e espionando, só aparecerá na margem e será visto apenas como uma sombra na orla do resplendor. É sempre errado inverter isto – por Satanás no centro focal da nossa visão e empurrar Deus para a margem. Nada senão tragédia pode advir de tal inversão.
O melhor meio de manter o inimigo fora é manter Cristo dentro. As ovelhas não precisam ser aterrorizadas pelo lobo; basta que fiquem perto do pastor. Não é a ovelha em oração que Satanás teme, mas a presença do pastor.”

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