Editora: HarperCollinsBrasil
ISBN: 978-85-9508-368-4
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 160
Sinopse: Pode não
parecer, mas estudar inglês não é coisa de outro mundo. Falta de foco,
dificuldade de entender o que é falado, medo de errar e falta de afinidade com
a língua podem ser pedras no sapato de quem está tentando aprender o idioma
mais influente do mundo. Em Sou péssimo em inglês, a professora Carina Fragozo,
do canal English in Brazil, analisa todos esses problemas e explica as
soluções, com dicas práticas para ajudar todo leitor a mudar sua relação com a
língua inglesa e extrair dela o melhor que puder.
“Independentemente do seu objetivo, estudar
inglês só uma vez por semana é mancada.
Se quiser acelerar seu aprendizado, organize-se para estudar ou ter algum
contato com a língua inglesa praticamente todos
os dias, pois é muito mais eficiente se dedicar a estudar nem que seja
vinte minutinhos diariamente do que passar o domingo inteiro em cima dos livros
e depois só retomar os estudos na outra semana. A ideia que você verá ao longo
de todo este livro é trazer o inglês para a sua vida para que você não só aprenda
com mais rapidez e facilidade, como também não esqueça tudo aquilo que já
estudou.”
“O fato é que, durante o processo de
aprendizagem, erros serão inevitavelmente cometidos, tanto no sentido de
“desvios da norma culta” quanto no sentido de “produção de frases
agramaticais”, ou seja, que não existem no idioma que está sendo adquirido. Não
podemos negar que a palavra “erro” geralmente vem carregada de um sentido
negativo, algo a ser evitado de todas as formas, mas é importante estarmos
cientes de que os nossos erros são uma evidência de que o aprendizado está
acontecendo, uma etapa muito importante de todo esse processo. Por mais clichê
que isso possa parecer, é errando que se aprende!
Mas, por que erramos? E de onde vêm os nossos
erros? Bem, podemos classificar os erros cometidos pelos aprendizes de idiomas
em pelo menos duas grandes categorias: erros de transferência e erros de
desenvolvimento. Os erros de
transferência são aqueles que resultam da influência da nossa língua
materna. Muitos erros que cometemos na língua inglesa são influência do nosso
conhecimento da língua portuguesa. Vejamos alguns exemplos:
ERROS DE TRANSFERÊNCIA
GRAMÁTICA
ERRO: I have 20 years.
FORMA ESPERADA: I am 20 years old.
PRONÚNCIA
ERRO: I’m afraid of hats [hæts].
FORMA ESPERADA: I’m afraid of rats [ræts].
USO
ERRO: Waiter, I want a Coke.
FORMA ESPERADA: Can I have a Coke, please?
Perceba que, por influência do português, é
comum cometermos erros de gramática como I have 20 years, tradução
literal de Eu tenho 20 anos. Também cometemos erros de pronúncia
como I’m afraid of [hæts], que significa Tenho medo de
chapéus (hats), em vez de I’m afraid of
[ræts], que significa Tenho medo de ratos (rats),
simplesmente por usarmos o som do “r” do português em vez de usar o do inglês.
Também é comum cometermos erros relacionados ao uso da língua, como na
sentença Waiter, I want a Coke, tradução literal de Garçom,
quero uma Coca-Cola. Embora a frase esteja correta do ponto de vista
gramatical, ela pode soar muito rude em inglês, porque pedir a atenção do
garçom chamando-o pelo nome da profissão pode ser considerado ofensivo. Além
disso, fazer um pedido utilizando a estrutura I want (eu
quero) é muito menos educado do que utilizarmos a estrutura Can I have
a… ou May I have a… independentemente de se utilizar
uma entonação amigável ou não.
Exemplos como esses mostram que aprender um
idioma significa não só aprender novas palavras, novas estruturas gramaticais e
novos sons, mas também novas formas de utilizá-lo em diferentes contextos.”
“CINCO DICAS PARA TORNAR O APRENDIZADO MAIS
PRAZEROSO EM QUALQUER ETAPA DA VIDA
Uma das coisas boas de ser adulto é o fato de
poder – na maioria das vezes – escolher aquilo que é melhor para si mesmo. Como
adulto, você consegue estabelecer um significado para o que está aprendendo e
tem a chance de buscar a melhor forma de tornar o processo mais prazeroso e
significativo. Aprender inglês não precisa – e não deve! – ser um processo
chato e maçante. Quer saber como aprender e praticar a língua de maneira
divertida? Confira as cinco sugestões a seguir!
1) Aumente o som
Que tal aprender a cantar suas músicas
favoritas em inglês? O simples ato de acompanhar as letras enquanto se escuta
uma música ajuda a melhorar não só o listening,
mas também a pronúncia, pois você acaba tentando imitar os sons que escuta.
Para entender o significado da música, você pode procurar traduções prontas ou
até tentar traduzir sozinho, caso ache isso interessante. Ah, detalhe
importante: procure cantar em voz alta
as músicas que você utilizar como material de estudo, pois desse modo você
pratica a fala e se acostuma a articular os novos sons da língua.
2) Prepare a
pipoca
Se você gosta de assistir a séries e filmes,
que tal tirar proveito disso para estudar inglês? O bacana é que, quando você
assiste a alguma cena, você conta com outras informações além do áudio que
podem ajudar a entender o que está sendo dito, como os gestos feitos pelos
personagens e o próprio cenário. E você deve estar se perguntando: Devo
assistir com ou sem legendas? E as legendas devem ser em português ou em
inglês? Bem, tudo vai depender do estágio de aprendizado em que você
se encontra. Se você estiver bem no comecinho, não adianta colocar uma série
com vocabulário megadifícil e já começar a assistir com áudio e legendas em
inglês, pois você não vai entender nada. O melhor é inicialmente usar a legenda
em português para ir se acostumando com a sonoridade de língua e, enquanto você
assiste ao filme ou à série, tentar fazer relações entre o que você lê em
português e o que você escuta em inglês. Outra opção é assistir a um episódio
(curto, de preferência) de uma série com legendas em português e, depois,
assistir a esse mesmo episódio com áudio e legenda em inglês. Desse modo, você
consegue fazer a imersão na língua sem perder o conteúdo, uma vez que já vai conhecer
o enredo. Quando você já tiver uma base no inglês, coloque o áudio e as
legendas em inglês para realmente fazer uma imersão na língua enquanto assiste
ao episódio ou ao filme. Ao se deparar com palavras e expressões desconhecidas,
você pode pausar o filme ou a série, trocar a legenda para o português para
descobrir o significado e depois voltar para o inglês, ou então simplesmente
não fazer nada e seguir em frente, caso tenha conseguido entender pelo
contexto. E lembre-se: não é preciso entender tudo, palavra por
palavra, para conseguir acompanhar o contexto da trama e praticar o seu inglês.
Se quiser começar a praticar mas ainda não sabe a qual série assistir, procure
o vídeo “Melhores séries para aprender inglês na Netflix” no meu canal, pois
dou várias sugestões.
3) Deixe seu like
e inscreva-se
Muito se fala no uso de músicas, filmes e
seriados para aprender inglês, mas nem todos percebem que o YouTube também pode
ser uma ferramenta poderosíssima para o aprendizado de uma língua estrangeira.
Além dos canais específicos para o ensino de inglês, como o próprio English in Brazil, você pode utilizar o
YouTube para ter contato com a língua inglesa por meio de vídeos sobre
praticamente qualquer assunto. Por exemplo, se você gosta de culinária, por que
não assistir a vídeos de receitas em inglês? O mesmo serve para quem gosta de
vídeos sobre beleza, cultura, viagem, entretenimento, enfim… há vídeos para
definitivamente todos os gostos! A vantagem de praticar inglês no YouTube é que
você pode parar o vídeo quando quiser para tentar entender algo que foi dito e
ter tempo de anotar palavras novas no seu caderno de vocabulário, sobre o qual
falaremos mais adiante. Além disso, os vídeos são geralmente bem mais curtos do
que filmes e episódios de séries, o que permite que você assista ao mesmo vídeo
mais de uma vez para compreender o assunto sem que a tarefa fique entediante.
Alguns canais oferecem a opção de legendas em inglês, mas é importante ter em
mente que algumas legendas podem conter erros, já que muitas vezes foram
geradas automaticamente pelo sistema do YouTube.
4) Mergulhe na
leitura
A leitura também é uma excelente forma de
manter o contato com a língua de uma forma leve e divertida. Para quem está no
nível básico, uma boa opção é começar com quadrinhos, já que a quantidade de
texto não é muito grande e você ainda tem os desenhos para ajudar a entender o
contexto. Eu, por exemplo, gosto muito dos gibis da Turma da Mônica (Monica’s Gang) na versão em inglês, pois
além de as historinhas serem muito divertidas, cada gibi contém um glossário
com a tradução das palavras mais complicadas na última página. Mas é claro que
você pode escolher qualquer outro tipo de quadrinho.
Revistas também podem ser uma boa opção para
quem deseja praticar a leitura, mas se assusta com o tamanho dos livros. De vez
em quando eu compro revistas de moda e beleza em inglês só para observar as
palavras e expressões que estão sendo usadas no momento, sabe? Então, que tal
dar uma olhadinha na banca da sua cidade para ver se tem alguma revista
importada interessante?
Em se tratando de leitura, é claro que não
podemos deixar de falar dos livros, que são uma excelente fonte de
entretenimento e conhecimento. Uma dica para facilitar a leitura é ler um livro
cuja história você já conheça, como um conto de fadas ou a biografia de uma
personalidade que você conhece bem. Outra opção é ler a versão em inglês de um
livro que você já leu em português, pois assim você vai conseguir fazer
relações com aquilo que já sabe da história. Se você gosta de literatura, mas
ainda não se sente seguro para ler textos originais, sugiro procurar
adaptações, isto é, livros que mantêm a história original, mas com uma linguagem
simplificada. O legal é que muitos deles ainda vêm acompanhados do áudio, o que
é interessante pelo fato de você já aprender a pronunciar as palavras novas que
encontrar ao longo do texto. Se quiser mais dicas para começar a praticar a
leitura em inglês, procure o vídeo “Dicas para ler em inglês” no meu canal.
E, por fim, caso deseje praticar a leitura,
mas livros, quadrinhos e revistas não sejam a sua praia, que tal mergulhar de
cabeça na imensidão de conteúdos em língua inglesa disponível na internet?
Procure sites de notícias em inglês, blogs sobre os assuntos de que você gosta,
enfim... comece a fazer buscas em inglês e divirta-se com o que aparecer! Se
não entender o texto, já deixe o Google Tradutor ou um dicionário on-line
aberto em outra aba para facilitar a sua vida.
5) Use a
tecnologia a seu favor
Os aplicativos para smartphone são, sem dúvida, uma das melhores invenções tecnológicas
dos últimos tempos. E você sabia que há uma infinidade de aplicativos
desenvolvidos exclusivamente para o ensino de línguas? Alguns oferecem lições
de inglês em uma sequência de conteúdos que podem servir como guia do seu
aprendizado, alguns oferecem quizzes
e games divertidos para você testar o
seu conhecimento, outros ajudam na memorização de informações novas, além dos
dicionários que apontam não só a tradução, mas também a pronúncia das palavras.
Informe-se sobre aplicativos interessantes e aproveite essas ferramentas para
praticar o inglês enquanto espera na fila do banco ou no intervalo do trabalho,
ou simplesmente reserve um período do dia para praticar a língua utilizando
esses apps. Garanto que você nem
sentirá que está estudando, de tão interessantes que são as atividades
oferecidas por eles.
“1) Forma e
conteúdo andam juntos
Estudar gramática e vocabulário pode trazer
muitos benefícios para o seu aprendizado, mas não esqueça de que forma e
conteúdo devem andar sempre juntos. Cuidado para não cair na besteira de
mergulhar de cabeça em regras gramaticais, decorar os nomes dos tempos verbais
e ler listas e mais listas de palavras e acabar esquecendo de ver a língua como
um instrumento de comunicação. Aprender inglês fica muito mais divertido quando
você se dedica a usar a língua para realizar alguma tarefa como ler um texto,
escutar uma música, falar com um colega ou até escrever um elogio no Instagram
da sua cantora favorita, por exemplo. Então leia muito, escute muito e não
hesite em consultar livros e materiais de ensino de inglês quando sentir a
necessidade de esclarecer alguma dúvida, quando tiver curiosidade ou quando
precisar de um guia para orientar os seus estudos. E lembre-se que o mais
importante é aprender a língua, e não
instruções sobre a língua.
2) O contexto é
nosso amigo
Qual o significado do verbo go?
Depende do contexto. O que significa a palavra sick? Depende do
contexto. E a frase tell me about it? Nem preciso dizer que também
depende do contexto. As palavras e frases não ocorrem soltas, mas sempre dentro
de um contexto que pode trazer informações muito preciosas, como o significado
e a função de palavras que você não conhece. Observe a frase a seguir:
John blonked his kirt and smiled.
Você sabe o significado das palavras blonked e kirt?
Não venha me dizer que sabe, pois eu acabei de inventá-las (Ahá, pegadinha
da Carina!). Mas perceba que, pelo contexto, você consegue inferir
que blonked seria um verbo no passado e kirt, um
substantivo que indica algo que pertence ao John. Se essas palavras fossem
reais, talvez com um pouco mais de informação sobre a situação descrita na
frase você acabaria descobrindo o que elas significam sem nem precisar abrir um
dicionário. É muito importante aprender como as palavras se combinam e se
organizam nas frases porque, desse modo, você terá mais facilidade para ler e
se comunicar, já que não ficará traduzindo palavra por palavra para entender o
que o seu interlocutor está dizendo, conseguirá captar a mensagem mais
rapidamente, se lembrará das palavras em conjunto e não perderá tempo tentando
juntar peças soltas para formar frases.
3) É assim porque
é assim
Por que se diz have a drink e
não drink a drink? Por que se diz I am 50 years old e
não I have 50 years? Por que se diz on Sundays e
não in Sundays? Por quê? Por quê? Por quê? Meu amigo, nem tudo tem
um porquê e, mesmo que tivesse, você não precisaria entender todos eles. Mais
importante do que saber explicar por que se usa on Sundays e on
a train em vez de in Sundays e in a
train é saber que é assim que se usa, e ponto final. Um dos maiores
erros de quem estuda inglês é querer compará-lo com o português o tempo inteiro
e ficar preso à ideia de que tudo deva ter uma explicação. Na maioria das
vezes, o mais importante para o seu aprendizado é simplesmente aceitar que as
coisas são do jeito que são e move on, seguir em frente.
“Para que o input se
transforme em conhecimento, é preciso que ele seja minimamente compreensível.
De acordo com Stephen Krashen, autor importante na área de aquisição de segunda
língua, o input compreensível é aquele que está sempre um
pouco à frente daquilo que o aprendiz já sabe. Na prática, isso significa que o
ideal é praticar a língua utilizando materiais que não são nem muito fáceis e
nem muito difíceis para o nosso nível.
Facilitar o input pode,
portanto, facilitar a compreensão e, consequentemente, o aprendizado, mas esse
não é o único aspecto envolvido na aquisição de uma segunda língua. Além da
qualidade do input, há também a questão da quantidade: segundo
Krashen, a quantidade insuficiente do input recebido por
aprendizes de segunda língua em contextos não imersivos é um dos principais
fatores para o insucesso na aquisição.”
2) Mergulhe na
língua
Já falamos bastante sobre o quanto é
importante ler e escutar materiais em inglês todos os dias e praticar a fala
sempre que possível para o inglês entrar de vez na sua vida. Experimente também
colocar as configurações do seu celular e das suas redes sociais em inglês,
comece a seguir perfis de pessoas famosas que publicam conteúdo em inglês e
substitua as legendas em português das suas séries favoritas por legendas em
inglês assim que conseguir acompanhar o conteúdo dessa forma. Quando precisar
consultar o significado de uma palavra, dê preferência para dicionários
monolíngues (inglês-inglês) e, quando decidir anotar uma palavra nova no seu
caderno de vocabulário ou aplicativo, procure escrever a definição da palavra
em inglês e/ou uma frase que deixe claro o seu significado para evitar a
tradução. Insira o inglês na sua vida e sempre que puder realizar alguma
atividade usando esse idioma em vez do português, faça isso.”
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