segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O Ensaiador – Galileu Galilei

Editora: Abril Cultural
Tradução e notas: Helda Barraco
Opinião: ★☆☆☆☆
Páginas: 156
Sinopse: Dedicada ao papa Urbano VIII, esta obra de Galileu relata descobertas do grande pensador florentino: não de novas terras, mas de partes do céu jamais vistas. Revelando os resultados de uma nova e revolucionária atitude de investigação dos fenômenos físicos e astronômicos, desvenda celestes esplendores que produzem a maior maravilha.



“A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.”


“Infinito é o bando dos estúpidos, isto é, daqueles que não entendem nada; muitos são aqueles que sabem alguma coisa de filosofia; poucos são aqueles que entendem um pouco de filosofia; pouquíssimos são aqueles que conhecem alguma parte dela; um só, Deus, é o que a entende toda.”



“Estai certo de que, para querer sustentar um erro, é necessário perpetrar cem outros e, coisa ainda pior, não conseguir o intento.”


“Depois de observado por muitas experiências, parece-me ser esta a condição humana em relação às coisas intelectuais: quanto menos entende-se e sabe-se, com tanta mais força quer-se discutir; e, pelo contrário, mais coisas são conhecidas menor é a tendência de discutir resolutamente sobre qualquer novidade.”


“Mas raciocine melhor e concorde que alguém que queira nos persuadir a respeito de uma coisa senão falsa ao menos duvidosa leva uma grande vantagem em utilizar argumentos prováveis, hipóteses, exemplos verossímeis, sofismas, alicerçando-se e escondendo-se atrás de textos muito claros, atrás da autoridade de outros filósofos, de naturalistas, de retóricos, de historiadores. Mas apresentar rigorosas demonstrações geométricas é perigoso demais para aquele que não as sabe utilizar bem; pois, como em relação a uma coisa não existe caminho do meio entre a verdade e o falso, assim nas demonstrações necessárias ou aceitamos conclusões indubitáveis ou silogiza-se sem desculpa, sem ter a possibilidade, mesmo limitadamente, com distinções distorcendo as palavras ou com outros recursos, sustentar-se em pé, mas é necessário, com palavras breves e na primeira vez, permanecer César ou nada.”


“Se não possuíssemos os sentidos para nos ajudar, o raciocínio ou a imaginação não chegariam nunca a alguma conclusão.”