Editora: Abril Cultural
Tradução e notas: Helda Barraco
Opinião: ★☆☆☆☆
Páginas: 156
Sinopse: Dedicada
ao papa Urbano VIII, esta obra de Galileu relata descobertas do grande pensador
florentino: não de novas terras, mas de partes do céu jamais vistas. Revelando
os resultados de uma nova e revolucionária atitude de investigação dos
fenômenos físicos e astronômicos, desvenda celestes esplendores que produzem a
maior maravilha.
“A filosofia encontra-se escrita neste grande
livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que
não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com
os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são
triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é
impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos
dentro de um obscuro labirinto.”
“Infinito é o bando dos estúpidos, isto é,
daqueles que não entendem nada; muitos são aqueles que sabem alguma coisa de
filosofia; poucos são aqueles que entendem um pouco de filosofia; pouquíssimos
são aqueles que conhecem alguma parte dela; um só, Deus, é o que a entende toda.”
“Estai certo de que, para querer sustentar um
erro, é necessário perpetrar cem outros e, coisa ainda pior, não conseguir o
intento.”
“Depois de observado por muitas experiências,
parece-me ser esta a condição humana em relação às coisas intelectuais: quanto
menos entende-se e sabe-se, com tanta mais força quer-se discutir; e, pelo
contrário, mais coisas são conhecidas menor é a tendência de discutir
resolutamente sobre qualquer novidade.”
“Mas raciocine melhor e concorde que alguém
que queira nos persuadir a respeito de uma coisa senão falsa ao menos duvidosa
leva uma grande vantagem em utilizar argumentos prováveis, hipóteses, exemplos
verossímeis, sofismas, alicerçando-se e escondendo-se atrás de textos muito
claros, atrás da autoridade de outros filósofos, de naturalistas, de retóricos,
de historiadores. Mas apresentar rigorosas demonstrações geométricas é perigoso
demais para aquele que não as sabe utilizar bem; pois, como em relação a uma
coisa não existe caminho do meio entre a verdade e o falso, assim nas
demonstrações necessárias ou aceitamos conclusões indubitáveis ou silogiza-se
sem desculpa, sem ter a possibilidade, mesmo limitadamente, com distinções
distorcendo as palavras ou com outros recursos, sustentar-se em pé, mas é
necessário, com palavras breves e na primeira vez, permanecer César ou nada.”
“Se não possuíssemos os sentidos para nos
ajudar, o raciocínio ou a imaginação não chegariam nunca a alguma conclusão.”
Um comentário:
Interessante.
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