Editora: Nova Cultural
ISBN: 978-85-1300-849-2
Tradução e notas: José Aluysio Reis de Andrade
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 278
Sinopse: Com o
subtítulo Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da Natureza,
essa obra de Francis Bacon constitui um marco no desenvolvimento da ciência e
da filosofia e na inauguração do pensamento moderno. Propõe um novo método para
a ciência, procurando livrá-la da esterilidade escolástica e apontando sua
verdadeira destinação: tornar-se útil à vida da humanidade. Faz a crítica da
metodologia contida no Organon de Aristóteles e refaz a noção de
indução. De sabor extraordinariamente atual é a análise que realiza dos
diferentes tipos de obstáculos – os ídolos – que dificultam a construção da verdade científica.
“Seria algo insensato, em si mesmo
contraditório, estimar poder ser realizado o que até aqui não se conseguiu
fazer, salvo se se fizer uso de procedimentos ainda não tentados.”
“A lógica tal como é hoje usada mais vale
para consolidar e perpetuar erros, fundados em noções vulgares, que para a
indagação da verdade, de sorte que é mais danosa que útil.”
“Não é, com efeito, empresa fácil transmitir
e explicar o que pretendemos, porque as coisas novas são sempre compreendidas
por analogia com as antigas.”
“O intelecto humano, quando assente em uma
convicção (ou por já bem aceita e acreditada ou porque o agrada), tudo arrasta
para seu apoio e acordo. E ainda que em maior número, não observa a força das
instâncias contrárias, despreza-as, ou, recorrendo a distinções, põe-nas de
parte e rejeita, não sem grande e pernicioso prejuízo. Graças a isso, a
autoridade daquelas primeiras afirmações permanece inviolada. E bem se houve
aquele que, ante um quadro pendurado no templo, como ex-voto dos que se
salvaram dos perigos de um naufrágio, instado a dizer se ainda se recusava a aí
reconhecer a providência dos deuses, indagou por sua vez: “E onde estão
pintados aqueles que, a despeito do seu voto, pereceram?”1 Essa é a base de praticamente toda
superstição, trate-se de astrologia, interpretação de sonhos, augúrios e que
tais: encantados, os homens, com tal sorte de quimeras, marcam os eventos em
que a predição se cumpre; quando falha o que é bem mais frequente —,
negligenciam-nos e passam adiante. Esse mal se insinua de maneira muito mais
sutil na filosofia e nas ciências. Nestas, o de início aceito tudo impregna e
reduz o que segue, até quando parece mais firme e aceitável. Mais ainda: mesmo
não estando presentes essa complacência e falta de fundamento a que nos referimos,
o intelecto humano tem o erro peculiar e perpétuo de mais se mover e excitar
pelos eventos afirmativos que pelos negativos, quando deveria rigorosa e
sistematicamente atentar para ambos. Vamos mais longe: na constituição de todo
axioma verdadeiro, têm mais força as instâncias negativas.”
1: Cf. Cícero, De Natura Deorum, III. 37, § 89.
“O intelecto humano não é luz pura1,
pois recebe influência da vontade e dos afetos, donde se poder gerar a ciência
que se quer. Pois o homem se inclina a ter por verdade o que prefere. Em vista
disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da investigação; a
sobriedade, porque sofreia a esperança; os princípios supremos da natureza, em
favor da superstição; a luz da experiência, em favor da arrogância e do orgulho,
evitando parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras; paradoxos, por respeito à
opinião do vulgo. Enfim, inúmeras são as fórmulas pelas quais o sentimento,
quase sempre imperceptivelmente, se insinua e afeta o intelecto.”
1: Possivelmente sugerida por expressão de
Heráclito (fragmento 118), através de comentadores romanos.
“Ao reino dos céus não se permite entrar
senão sob a figura de criança.”
“As demonstrações falhas são as fortificações
e as defesas dos ídolos. E as que nos ensina a dialética não fazem muito mais
que subordinar a natureza ao pensamento humano e o pensamento humano às
palavras. As demonstrações, na verdade, são como que filosofias e ciências em
potência, porque, conforme sejam estabelecidas mal ou corretamente instituídas,
assim também serão as filosofias e as especulações. Errados e incompetentes são
os que seguem o processo que vai dos sentidos e das coisas diretamente aos axiomas
e as conclusões. Esse processo consiste de quatro partes e quatro igualmente
são seus defeitos. Em primeiro lugar, as próprias impressões dos sentidos são
viciosas; os sentidos não só desencaminham como levam ao erro. É, pois,
necessário que se retifiquem os descaminhos e se corrijam os erros. Em segundo
lugar, as noções são mal abstraídas das impressões dos sentidos, ficando
indeterminadas e confusas, quando deveriam ser bem delimitadas e definidas. Em
terceiro lugar, é imprópria a indução que estabelece os princípios das ciências
por simples enumeração, sem o cuidado de proceder àquelas exclusões, resoluções
ou separações que são exigidas pela natureza. Por último, esse método de
invenção e de prova, que consiste em primeiro se determinarem os princípios
gerais e, a partir destes, aplicar e provar os princípios intermediários, é a
matriz de todos os erros e de todas as calamidades que recaem sobre as
ciências.”
“As ciências que possuímos provieram em sua
maior parte dos gregos. O que os escritores romanos, árabes ou os mais recentes
acrescentaram não é de monta nem de muita importância; de qualquer modo, está
fundado sobre a base do que foi inventado pelos gregos. Contudo, a sabedoria
dos gregos era professoral e pródiga em disputas — que é um gênero dos mais
adversos à investigação da verdade. Desse modo, o nome de sofistas, que foi
aplicado depreciativamente aos que se pretendiam filósofos e que acabou por
designar os antigos retores, Górgias, Protágoras, Hípias e Polo, compete
igualmente a Platão, Aristóteles, Zenão, Epicuro, Teofrasto; e aos seus
sucessores Crisipo, Carnéades, e aos demais. Entre eles havia apenas esta
diferença: os primeiros eram do tipo errante e mercenário, percorriam as
cidades, ostentando a sua sabedoria e exigindo estipêndio; os outros, do tipo
mais solene e comedido, tinham moradas fixas, abriram escolas e ensinaram a
filosofia gratuitamente. Mas ambos os gêneros, apesar das demais disparidades,
eram professorais e favoreciam as disputas, e dessa forma facilitavam e
defendiam seitas e heresias filosóficas, e as suas doutrinas eram (como bem
disse, não sem argúcia, Dionísio, de Platão) palavras de velhos ociosos a jovens ignorantes1. Mas os
mais antigos dos filósofos gregos, Empédocles, Anaxágoras, Leucipo, Demócrito,
Parmênides, Heráclito, Xenófanes, Filolau e outros (omitimos Pitágoras, por se
ter entregue à superstição), não abriram escolas, ao que saibamos: ao
contrário, e, no maior silêncio, com rigor e simplicidade, vale dizer, com
menor afetação e aparato, se consagraram à investigação da verdade. E a nosso
juízo, melhor se saíram, só que suas obras, com o decorrer do tempo, foram
sendo ofuscadas por outras mais superficiais, mas mais afeitas à capacidade e
ao gosto do vulgo; pois o tempo, como o rio, trouxe-nos as coisas mais leves e
infladas, submergindo o mais pesado e consistente. Contudo, nem mesmo eles
foram imunes aos vícios de seu povo, pois propendiam mais que o desejável à
ambição e à vaidade de fundarem uma seita e captarem a aura popular. Nada se há
de esperar, com efeito, da busca da verdade, quando distorcida por tais
inanidades. E, a propósito, não se deve omitir aquela sentença, ou melhor,
vaticínio, do sacerdote egípcio a respeito dos gregos: “Sempre serão crianças,
não possuirão nem a antiguidade da ciência, nem a ciência da Antiguidade”2.
Os gregos, com efeito, possuem o que é próprio das crianças: estão sempre
prontos para tagarelar, mas são incapazes de gerar, pois, a sua sabedoria é
farta em palavras, mas estéril de obras. Aí está por que não se mostram favoráveis
os signos3 que se observam na gente e na fonte de que provém a
filosofia ora em uso.”
1: Apud Diógenes Laércio, sobre Platão.
2: Platão, Timeu, 23 B.
3: Signa,
termo tomado por metáfora à astrologia, indicando os auspícios para um empreendimento.
“De todos os signos nenhum é mais certo ou
nobre que o tomado dos frutos. Com efeito, os frutos e os inventos são como
garantias e fianças da verdade das filosofias. Ora, de toda essa filosofia dos
gregos e todas as ciências particulares dela derivadas, durante o espaço de
tantos anos, não há um único experimento de que se possa dizer que tenha
contribuído para aliviar e melhorar a condição humana, que seja verdadeiramente
aceitável e que se possa atribuir às especulações e às doutrinas da filosofia.
É o que ingênua e prudentemente reconhece Celso1 ao falar que
primeiro se fizeram experimentos em medicina, e depois sobre eles os homens
construíram os sistemas filosóficos, buscando e assinalando as causas, e não
inversamente, ou seja, que da descoberta das causas se tenham estabelecido e
deduzido os experimentos da medicina. Por isso não deve parecer estranho que
entre os egípcios, que divinizavam e consagravam os inventores, houvesse mais
imagens de animais que de homens, pois os animais com seu instinto natural
produziram muito no caminho de descobertas úteis, enquanto os homens, com os
seus discursos e ilações racionais, pouco ou nada concluíram.
Os alquimistas com sua atividade fizeram
algumas descobertas, mas como que por acaso e pela variação dos experimentos
(como fazem com frequência os mecânicos), não por arte e com método, e isso
porque a sua atividade tende mais a confundir os experimentos que a
estimulá-los. Mesmo aqueles que se dedicaram à chamada magia natural fizeram
algumas descobertas, mas poucas em número e sobretudo superficiais e frutos da
impostura. Devemos, em suma, aplicar à filosofia o princípio da religião, que
quer que a fé se manifeste pelas obras, estabelecendo assim que um sistema
filosófico seja julgado pelos frutos que seja capaz de dar; se é estéril deve
ser refutado como coisa inútil, sobretudo se em lugar de frutos bons como os da
vinha e da oliva produz os cardos e espinhos das disputas e das contendas.”
1: Celso, em De Re Medica.
“Os homens devem perguntar que coisa disseram
ou fizeram de mal quando o povo os enche de apoio e aplauso”. (Plutarco, Vida de Fócion)
“Ainda há outra causa grande e poderosa do
pequeno progresso das ciências. E ei-la aqui: não é possível cumprir-se bem uma
corrida quando não foi estabelecida e prefixada a meta a ser atingida. A
verdadeira e legítima meta das ciências é a de dotar a vida humana de novos
inventos e recursos. Mas a turba, que forma a grande maioria, nada percebe,
busca o próprio lucro e a glória acadêmica.”
“Indague agora o espírito sóbrio e diligente
qual o caminho escolhido e usado pelos homens para a investigação e descoberta
da verdade. Logo notará um método de descoberta muito simples e sem artifícios,
que é o mais familiar aos homens. E esse não consiste senão, da parte de quem
se disponha e apreste para a descoberta, em reunir e consultar o que os outros
disseram antes. A seguir, acrescentar as próprias reflexões. E, depois de muito
esforço da mente, invocar, por assim dizer, o seu gênio para que expanda os
seus oráculos. Trata-se de conduta sem qualquer fundamento e que se move
tão-somente ao sabor de opiniões.”
“No tocante à antiguidade, a opinião dos
homens é totalmente imprópria e, a custo, congruente com o significado da
palavra. Deve-se entender mais corretamente por antiguidade a velhice e a
maturidade do mundo e deve ser atribuída aos nossos tempos e não à época em que
viveram os antigos, que era a do mundo mais jovem. Com efeito, aquela idade que
para nós é antiga e madura é nova e jovem para o mundo. (...)
A reverência à Antiguidade, o respeito à
autoridade de homens tidos como grandes mestres de filosofia e o geral
conformismo para com o atual estádio do saber e das coisas descobertas também
muito retardaram os homens na senda do progresso das ciências, mantendo-os como
que encantados.”
“Com razão já se disse que “a verdade é filha
do tempo, não da autoridade1”.”
1: Expressão que teve origem em Aulo Gélio, Noctes Atticae, XII, 11, mas modernamente vulgarizada por Bacon com
sentido mais rico.
“Ainda mais, quem atente para o refinamento
próprio das artes liberais ou, ainda, o das artes mecânicas, na preparação de
substâncias naturais e leve em conta coisas como a descoberta dos movimentos
celestes em astronomia, da harmonia em música, das letras do alfabeto (ainda
não em uso no reino dos chineses) em gramática; e igualmente, na mecânica, o
descobrimento das obras de Baco e Ceres, ou seja, a arte da preparação do
vinho, da cerveja, da panificação, das destilações e similares, e de outras
delícias da mesa; e também reflita e observe quanto tempo transcorreu para que
essas coisas (todas, exceto a destilação, já conhecidas dos antigos)
alcançassem o avanço que em nosso tempo desfrutam; e, ainda, o quão pouco são
baseadas (o mesmo que já se disse dos relógios) em observações e em axiomas da
natureza; e, indo um pouco mais longe, como essas coisas facilmente poderiam
ter sido descobertas em circunstâncias óbvias ou por observações casuais.
Quem assim proceder, facilmente se libertará
de qualquer admiração, antes se compadecerá da condição humana, por tantos
séculos em tão grande penúria e esterilidade de artes e invenções. E aqueles
mesmos inventos de que fizemos menção são mais antigos que a filosofia e as
artes intelectuais e, pode-se dizer que, quando tiveram início as ciências
racionais e dogmáticas, cessou a invenção de obras úteis.
E o mesmo interessado, uma vez que passe das
oficinas às bibliotecas, ficará admirado da imensa variedade de livros. Mas,
detendo-se e examinando com mais cuidado a sua matéria e conteúdo, certamente a
sua admiração volver-se-á em sentido contrário, ao aí constatar as infinitas
repetições e que os homens dizem e fazem sempre o mesmo. De sorte que, da
admiração pela variedade, passará ao espanto pela indigência e pobreza das
coisas que têm prendido e ocupado a mente dos homens.
Quem, ainda, se disponha a considerar aquelas
coisas tidas mais por curiosas que sérias e passe a examinar mais a fundo as
obras dos alquimistas, acabará não sabendo se estes são mais dignos de riso ou
de lágrimas.”
“Finalmente, constatar-se-á que, mercê da
infâmia de alguns teólogos, foi quase que totalmente barrado o acesso à
filosofia, mesmo depurada. Alguns, em sua simplicidade, temem que a
investigação mais profunda da natureza avance além dos limites permitidos pela
sua sobriedade, transpondo, e dessa forma distorcendo, o sentido do que dizem
as Sagradas Escrituras a respeito dos que querem penetrar os mistérios divinos,
para os que se volvem para os segredos da natureza, cuja exploração não está de
maneira alguma interdita. Outros, mais engenhosos, pretendem que, se se ignoram
as causas segundas, será mais fácil atribuir-se os eventos singulares à mão e à
férula divinas — o que pensam ser do máximo interesse para a religião. Na
verdade, procuram “agradar a Deus pela mentira”1.
Outros temem que, pelo exemplo, os movimentos
e as mudanças da filosofia acabem por recair e abater-se sobre a religião.
Outros. finalmente, parecem temer que a investigação da natureza acabe por
subverter ou abalar a autoridade da religião, sobretudo para os ignorantes. Mas
estes dois últimos temores parecem-nos saber inteiramente a um instinto próprio
de animais, como se os homens, no recesso de suas mentes e no segredo de suas
reflexões, desconfiassem e duvidassem da firmeza da religião e do império da fé
sobre a razão e, por isso, temessem o risco da investigação da verdade na
natureza. Contudo, bem consideradas as coisas, a filosofia natural, depois da
palavra de Deus, é a melhor medicina contra a superstição, e o alimento mais
substancioso da fé.”
1: Jó, 13,7 “Porventura por Deus falareis
perversidade? E por ele falareis engano?”
“Muitos passarão e a ciência se multiplicará.
(Daniel, 12,4)
“Quantos foram os erros do passado, tantas
serão as razões de esperança para o futuro.”
“Os que se dedicaram às ciências foram ou
empíricos ou dogmáticos. Os empíricos, à maneira das formigas, acumulam e usam
as provisões; os racionalistas, à maneira das aranhas, de si mesmos extraem o
que lhes serve para a teia.”
“A mente humana, no curso dos descobrimentos,
tem estado tão desastrada e mal dirigida que primeiro desconfia de si mesma e
depois se despreza. Primeiro lhe parece impossível certo invento; depois de
realizado, considera incrível que os homens não o tenham feito há mais tempo.”
“O que é mais útil na prática é mais
verdadeiro no saber.”
“Nada há de mais verdadeiro na natureza que a
proposição “do nada nada provém” e que a outra sua parceira “nada há que se
reduza ao nada”; quer dizer, a quantidade em si da matéria ou a sua soma total
permanece inalterada, sem aumentar ou diminuir.1”
1: Conhecidas expressões originadas em
Parmênides e muito difundidas no Renascimento.
“Sabe-se que o ribombar dos canhões, que pode
ser ouvido até a trinta milhas, é ouvido primeiro pelos que se acham perto e
depois pelos que se acham distantes do local do disparo. E até a vista, cuja
ação é rapidíssima, também exige instantes certos para sua atuação; como está
provado pelo fato de que a uma certa velocidade os corpos não são mais
distinguidos, como é o caso da bola disparada por um mosquete que passa ante a
vista em um tempo menor que o exigido para a imagem impressionar a vista.
Esse exemplo e outros semelhantes fizeram
surgir uma dúvida verdadeiramente espantosa, ou seja, a de que o aspecto do céu
estrelado e sereno é visto no momento mesmo em que existe ou um pouco depois; e
também, se existem, na contemplação dos corpos celestes, um tempo real e um
tempo aparente, um espaço real e um espaço aparente, tal como é indicado pelos
astrônomos nas paralaxes. Pois pareceria, de fato, inacreditável que as imagens
dos corpos celestes pudessem atravessar, com seus raios, em um instante,
espaços celestes tão vastos sem o emprego de qualquer tempo. Mas essa dúvida
relacionada com um intervalo de tempo entre o tempo verdadeiro e o tempo
aparente desvanece-se completamente quando se leva em conta a imensa perda de
grandeza que devem ter as estrelas na sua imagem aparente, em razão da
distância e também pelo fato de os corpos esbranquiçados, aqui na terra,
poderem ser percebidos imediatamente, mesmo a uma distância de sessenta milhas.
Não pode haver dúvida de que a luz dos corpos celestes ultrapassa em muito, em
força de radiação, a cor viva da brancura, como também a luz de qualquer chama
conhecida.”
“Todavia, os homens são muito impacientes,
tanto na investigação quanto na prática; mesmo que aí esteja o verdadeiro fio
do labirinto para a descoberta de obras mais importantes.”
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