Editora: Rocco
ISBN: 978-85-3252-302-0
Tradução: Pinheiro de Lemos
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 944
Sinopse: Inglaterra, 1327. Numa floresta do condado de Kingsbridge, quatro
crianças testemunham o assassinato de dois homens e fazem um pacto de silêncio:
jamais revelarão a ninguém o que se passou naquele dia. Anos depois, as vidas
de Caris, Merthin, Gwenda e Ralph se cruzam num mundo de riqueza e miséria, amor
e ódio.
É na Kingsbridge medieval, regida pela Igreja e povoada
por reis e cavaleiros, servos e senhores, que floresce a paixão da determinada
Caris Wooler e do corajoso Merthin Builder. Ela, mulher de personalidade
marcante e filha do mais eminente mercador da cidade, está decidida a fazer o
condado prosperar, não sem antes desafiar várias convenções sociais. Merthin,
por sua vez, se consagra como construtor de talento, mas sonha com o dia em que
Caris estará definitivamente a seu lado.
Gwenda, em meio a uma vida inteira de privações, luta
para mudar seu conturbado destino. Irmão mais novo de Merthin, o ambicioso
Ralph cresce destinado a fazer parte da nobreza, ainda que para isso tenha de
mostrar sua face mais cruel e implacável.
Numa atmosfera de conspirações, costumes rígidos e jogos
de poder, todos precisam sobreviver ao passado, às intrigas e a um terrível
inimigo comum: a peste bubônica. As autoridades do condado de Kingsbridge não
têm dúvidas de que se trata de um castigo divino para purgar os pecados da
comunidade.
“– Você não muda, não é?
Ralph deu de ombros.
– Alguém muda?”
“– Meu pai costumava dizer: nunca convoque
uma reunião até que o resultado seja certo.”
“– No amor, sempre há uma esperança.”
“– Thomas é um homem com um segredo. E um
segredo é sempre uma fraqueza.”
“– Quando você faz um pacto com o demônio,
acaba pagando mais do que pensa.”
“– Ouvi dizer que o conde Roland já recuperou
a razão – disse ele. – Louvado seja Deus. Você o curou.
– Deus o curou.
– Ainda assim, ele deve ser grato a você.
Madre Cecilia sorriu.
– Você é jovem, irmão Godwyn. Aprenderá que
os homens de poder nunca demonstram gratidão. Qualquer coisa que lhes dermos,
eles aceitam como se fosse seu direito.”
“– Meu pai é um homem difícil de agradar.
– Isso é tão verdadeiro quanto a Bíblia.
– Não se queixe – declarou William. – A
dureza de nosso pai nos tornou fortes.
– E também, pelo que me recordo, infelizes.”
“– Não se preocupe. Nós que nascemos pobres
temos de usar a astúcia para conseguir o que queremos. Os escrúpulos são para
os privilegiados.”
“– Nunca confio em ninguém que proclama sua
moralidade do púlpito. O homem que apregoa seus elevados princípios sempre pode
encontrar um pretexto para violar suas próprias regras. Prefiro fazer negócios
com um pecador comum, que provavelmente acha que é uma vantagem sua, a longo
prazo, dizer a verdade e cumprir suas promessas. Não é provável que ele mude de
ideia a respeito.
“– Meu pai detestava as pessoas que pregavam
sobre moralidade. Somos todos bons quando nos convém, ele dizia: isso não
conta. É quando você quer demais fazer alguma coisa errada... quando está
prestes a ganhar uma fortuna de um negócio desonesto, ou beijar os lábios
adoráveis da mulher de seu vizinho, ou dizer uma mentira para se livrar de uma
terrível encrenca... é nesse momento que você precisa das regras. Sua
integridade é como uma espada, ele dizia, você não deve brandi-la até se
submeter ao teste.
“– Todo mundo usa o que gosta dos
ensinamentos da Igreja, e ignora as partes que não são convenientes.”
“– Alguém que carece da capacidade de sentir
a dor de outra pessoa não é um homem, muito embora possa andar sobre duas
pernas e falar.”
“Depois de uma batalha, os soldados no lado
vencedor sempre agradeciam a Deus, mas mesmo assim eles conheciam a diferença
entre bons e maus generais.”
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