segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Herança – Christopher Paolini

Editora: Rocco
ISBN: 978-85-7980-124-2
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 792
Sinopse: A saga de Eragon chega ao fim neste emocionante volume do Ciclo A Herança. Não muito tempo atrás, Eragon – Matador de Espectros, Cavaleiro de Dragão – nada mais era do que um pobre menino de fazenda. Seu dragão, Saphira, não passava de uma pedra azul na floresta. Agora, o destino de toda uma civilização repousa sobre seus ombros. Longos meses de lutas e treinamentos trouxeram vitórias e esperança, assim como perdas dolorosas. Mas a verdadeira batalha ainda está por vir: eles precisam enfrentar Galbatorix. Quando o fizerem, terão de ser fortes o suficiente para derrotá-lo. Se eles não puderem fazer isso, ninguém poderá. Não haverá segunda chance.
O Cavaleiro e seu dragão chegaram mais longe do que qualquer um ousou imaginar. Será que conseguirão derrubar o rei do mal e reestabelecer a justiça na Alagaësia? E a que custo? Em Herança, Christopher Paolini conclui a fascinante saga do jovem Cavaleiro de Dragão, iniciada em Eragon, Eldest e Brisingr – os quatro livros que compõem o bestseller mundial Ciclo A Herança.


“Se você não fizer uns inimigos de vez em quando, é covarde ou pior.”


“É impossível passar pela vida incólume.”


“Eragon passou os dedos pelos cabelos. Subitamente, sentiu-se muito cansado. Por que tudo precisa ser tão difícil?
Porque, respondeu Saphira, todo mundo quer comer, mas ninguém quer ser comido.”


“É uma imaginação hiperativa que transforma os homens em covardes, não um excesso de medo, como muitos imaginam.”


“Você deveria saber que tudo neste mundo tem de ser pago, em ouro, em tempo ou em sangue.”


Se tivéssemos suprimentos, eu esperaria e deixaria que a fome os vencesse. Esta seria a melhor maneira (de derrotá-los). Qualquer outra coisa é loucura. Mas, como ele sabia, a guerra é um catálogo de loucuras.”


“Dizem que crianças são uma bênção para todos nós – disse Galbatorix. Não concordo. Pela minha experiência, crianças são tão cruéis e vingativas quanto adultos. Apenas falta-lhes a força para subjugar os outros à sua vontade.”

4 comentários:

Doney disse...

Bem, me eximo de escrever neste blog, normalmente só o faço com minha singela opinião, mas neste caso vou abrir uma exceção para comentar minha frustração com a forma como terminou esta serie de quase 3.000 páginas.
Então, se você não leu o livro, peço que pare por aqui, porque acabarei entregando o final.

XXXXXXXXXX

Afora alguns erros cometidos ao longo da serie (alguns até básicos, como o fato de Brom possuir uma espada com imenso poder acumulado e não tê-la utilizado para se curar – parece que o autor só inventou este acúmulo de energia na espada no livro seguinte e se esqueceu da incoerência), ou Eragon visivelmente ter enfraquecido entre
o final do 3º livro e o início do 4º (exemplo irretorquível foi, depois de tanto e tanto apanhar de seu instrutor elfo, ocorre a transformação com Eragon na Celebração de Juramento ao Sangue, e depois disto ele o derrota facilmente logo na primeira batalha seguinte. Daí Eragon só evolui – e a despeito da dificuldade para enfrentar o Espectro que Arya mata com sua ajuda –, quando termina o 3º livro ele é quase um super-homem. Pois bem, começa o 4º livro e ele é bem mais fraco que a Arya... vai entender).

Agora o problema maior, mesmo, foi o fim dado à serie (que, como um todo, devo afirmar, é uma boa série).

Eragon não ficar com a Arya nem é o que me incomoda (seria o típico final hollywoodiano, clássico). Mas sim, por exemplo, a Arya ter virado Cavaleira de Dragão e simultaneamente ser Rainha (pela coerência com o restante da serie, com seu senso de dever, ela jamais aceitaria coisa tão inadequada – se for tentar agir corretamente, não conseguirá ser nem boa rainha, nem boa cavaleira).

Outro aspecto, Eragon abandona a Alagaësia por motivos ridículos, ridículos demais... O autor mandou muito mal.
Segundo sua argumentação, Eragon abandonou porquê:

- Era inseguro manter os ovos dentro da Alagaësia.
Bem, isto é uma tremenda mentira e absolutamente incoerente com o resto da própria serie, só pra citar um exemplo, a terra dos elfos seria um lugar mais do que seguro para os ovos, ademais com uma cavaleira de dragão por lá – basta ver o quanto os elfos retiveram o segredo de Glaedr e Oromis para ter noção disto (afora outros lugares, como com os anões ou local outro que os cavaleiros/magos protegessem). Afora isto, justamente Vroengard é um local perigoso, tendo em vista a confusão enorme de magias perdidas por lá (tanto que ele necessita levar elfos para ajudá-lo a proteger os elfos e eldunarís). Ou seja, havia lugares seguros e com muitos aliados na Alagaësia – e le vai pra Vroengard, que é um local inseguro e com poucas pessoas para ajudar: uma incoerência total.

- Os dragões comiam muitos alimentos e poderiam arrumar problemas comendo os víveres dos reinos.
Este motivo, realmente, chega a ser cômico, de tão burlesco. Ora, os dragões eram em muito maior número outrora e em nenhum momento isto é tido como um problema. Durante o livro inteiro Saphira caça sem problemas em terras ermas. Ademais, caso isto realmente fosse um problema, os reinos poderiam separar parte das manadas especificamente para os dragões (que nem são tantos assim), e ainda poderiam elevar o crescimento destes animais com magia, de modo que eles crescessem mais rapidamente. Afora isto, conseguiram manter um exército enorme, de milhares e milhares de homens que não produziam nada – agora manter dragões, que são em quantidade muito menor e mantém a mesma estabilidade que exércitos muito mais numerosos seria problema pra eles... ridículo.

Doney disse...

Por fim, outras incoerências fundamentais.
Eragon vai pra ilha de Vroengard, o que é uma escolha bem natural (não no aspecto de ser um local seguro para os ovos, mas sim de ser a terra natural dos cavaleiros).
Porém, ele abandona a Alagaësia para nunca mais voltar. Mas por que?
Ora, porque o autor estava com a cabeça na privada quando pensou isto...
Vroengard fica a um dia de viagem, um ridículo dia de distância, por que o Eragon não poderia voltar para a Alagaësia? Ah, mas ele diz que é porque ele tem que cuidar dos ovos e do desenvolvimento dos cavaleiros... ok, mas ele não pode sair alguns dias da ilha e deixar os poderosos elfos cuidando dos ovos? Tem que passar a vida inteira (de séculos de existência, séculos!!!) sem voltar nenhuma vez?
Ora, a ilha é tão perigosa assim, por isso ele não pode deixá-los por algum tempo? E se é tão perigosa, por que ele levou os ovos pra lá?
E quando outros cavaleiros tiverem crescido e se desenvolvido, ainda assim ele não poderia sair da ilha momentaneamente?
Quando outros cavaleiros tiverem se desenvolvido, ele ainda terá de ficar lá, plantado?

É ridículo, insensato, incoerente, inadequado, é um erro. O autor errou, não tem como dizer o contrário. Se o Eragon quisesse ir pra Vroengard pra sempre, tudo bem, mas ele não quer ir, ele diz isto várias vezes, diz que PRECISA ir pra sempre. Precisa nada, cara pálida.

Por fim, não leva o Murtagh e Thorn pra Vroengard, justamente eles, que por serem forasteiros, poderiam começar vida nova lá.

Paolini mandou muito, muito mal nestes aspectos.

João Victor disse...

Então, cara, VOCÊ que cometeu uns erros bem graves na leitura dos livro:

1) Porque Eragon tem que abandonar Alagaesia - Primeiro porque ele não só tem que proteger os dragões, mas também os eldunaris, que são dezenas e não têm como se defender a não ser pela mente, que, como constatamos no episodio do ataque a Eragon em Farthen Dûr, podem ser ocultadas com a ajuda de outros magos.

Segundo porque serão mais de cem dragões, dos quais só uns vinte, se não me engano, serão dragões de cavalheiros e os demais serão dragões selvagens. No encontro de Eragon com Umaroth, la nos Rochedos de Kuthian, o dragão disse a Eragon que os selvagens não obedeciam a ninguém a não ser a si mesmos, o que, evidentemente, tornaria difícil para Eragon e os míseros vinte elfos que ele tinha consigo cuidar de todos, por isso ele tinha que se manter afastado com os dragões. Alem disso, todos esses dragões seriam pequenos quando nascessem e isso daria a oportunidade de algum feiticeiro tentar tirar proveito deles ou ate se vincular a eles com fez Gabaltorix.

Terceiro, ele não poderia cria-los dentro dos domínios do elfos, anões ou humanos: ao fazer isso ele poderia ser acusado de estar favorecendo umas das raças (Eragon mesmo pensa nisso ao longo dos últimos capítulos). Se criasse-os com os elfos, as outras raças poderiam ficar acuadas por dar aos elfos, que ja eram os mais poderosos, a oportunidade de ganhar a lealdade da nova geração de dragões e os anões nunca se deram bem com os dragões, então não deixariam Eragon soltas mais de cem deles pelas suas montanhas, só causaria mais guerra, e por Gabaltorix ter sido um humano, não vejo que os elfos ficariam felizes de ver os dragões serem criados ao alcance deles.

Quarto, Vroengard não é somente perigosa pelos novos animais que a habitam (e eu lembro que quando Eragon se depara com as larvas carnivoras na ilha, ao contar para saphira, ela brinca ameaçando come-las, e a primeira coisa que pensei foi: "cara, assim que ela botasse esses bichos na boca, eles poderiam começar a comer a lingua dela e depois ela toda por dentro". Se Eragon criasse os dragões filhotes na ilha, eles correriam esse tipo de riscos.), mas o verdadeiro problema de Vroengard é a explosão que o elfo Thuviel causou na 1ª guerra contra Gabaltorix. A explosão do elfo foi uma explosão nuclear e o ar, a água, a terra, tudo na ilha esta impregnado de radiação. "ah mas Eragon entrou e saiu de lá duas vezes e não nasceu nenhuma terceira perna nele" Tá certo, mas ele usou um feitiço para se proteger e mesmo assim parecia ser perigoso, tanto é que na despedida de Murtagh os dragões eldunares dissem para ele evitar as ruinas de Vroengard.
(Só por curiosidade, quando Gabaltorix se mata, ele também o faz por uma explosão nuclear, por isso tantas pessoas morreram na cidade ou ficaram doentes, e eu lembro de ser dito que demandava muita energia para conter a radiação, por isso os elfos preferiram somente vedar a fortaleza e limpar os arredores. claro que, por ter sido a mais tempo, em Vroengard a radiação é menor).

João Victor disse...

2) Você falou sobre os dragoes do passado também comerem pra caramba e mesmo assim não terem incomodado. Eu acredito que seja porque só os dragoes de cavalheros viviam permanentemente nas terras habitadas pelas outras especies, Umaroth chegou a dizer que os selvagens gostavam muito de viver isolados no norte ou no deserto ou alem dele. E os dragões de cavalheros comiam dos rebanhos dos próprios cavalheros ou quando os chefes do territorio lhes permitia a caça (como quando os elfos permitem que Saphira casse na floresta deles). E nos dois primeiros livros Orik e Hothgar reclamam que os dragões costumavam sim caçar nas montanhas os rebanhos dos anões e que isso era mais um dos motivos de rixa entre as duas raças.
E como eu disse antes, e volto a reiterar, Eragon não estará a liberar um ou dois dragões, serão mais de cem dragões selvagens. O nível de caça desse bando com certeza causaria incômodos tanto aos anões, como aos humanos e até mesmo aos elfos, que os admiram tanto.
E por mais que todas as raças pudessem se unir pra produzir alimentos suficiente para alimentar os dragões, ainda persistem os problemas do ponto 1, que é a dificuldade de cria-los ao alcance de quem quiser os fazer mal.

3) Sobre o Eragon persistir que sua ida será pra sempre, também achei bem bobo ele ficar persistindo nisso, mas já como tinha a predição da Angela, ele já sabia que nunca voltaria. Até porque ele teria que criar os dragões até que eles fossem capazes de se protegerem sozinhos e nisso poderia se passar anos e anos, por ser uma época medieval, os seres humanos não deveriam viver muito mais que os 40/50 anos e quando ele voltasse depois de criar os dragões teria que lidar com a morte da maioria ou de todos aqueles que ele conheceu. Mesmo sem profecia ou mesmo se ele não tivesse falado que nunca voltaria, já seria de imaginar que não teria motivos mais pra voltar, a não ser por Aria e Orik. Mas mesmo assim acho que o autor deveria só ter escrito que "ah vou partir, mas não acho que vou voltar porque então muitos de voces já teriam morrido e etc". Paolini queria mesmo era dar um drama maior no final, só isso.




Mas, sobre Eragon ter ficado mais fraco, concordo contigo! Ele pelo menos ja devia começar o 4º livro batendo em Murtagh, mesmo que não a ponto de captura-lo.

E Aria ter se tornado rainha depois de ser cavalheira também foi bem [???], nem um pouco a ver com a personalidade dela aceitar algo que vai contra a filosofia dos cavalheros, ainda mais por ser ela uma admiradora deles, e alem disso, ela não demonstra em nenhum momento uma capacidade de liderança que vá alem da liderança militar, ela é uma boa estrategista e comandante e até tem desenvoltura diplomática, mas não parece se dar bem como governante, muito menos dos elfos, com quem ela se sente pouco a vontade. Isso foi só para dar um motivo pra ela não ir com Eragon no final.
E a desculpa dela de que o papel dos cavalheros naquele momento não seria igual aos dos de outrora faz um pouco de sentido: mesmo quando os 16 ovos para cavalheros se chocarem, a ordem ainda será menor do que já foi e todos eles só estarão no inicio da carreira como tal, de modo que não teria como assim de cara eles esperarem almejar o mesmo reconhecimento e respeitos da ordem antiga. Imagino que de inicio eles seriam mais como manutentores da ordem e, por algumas vezes, conselheiros do que os indivíduos de grande influencia e liderança que já foram. Mas ainda assim esse argumento, apesar de bastante pertinente, serviria mais em alguém com valores morais mais flexíveis do que a Aria. Essa escolha dela meio que destruiu a linearidade da personagem.