sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Em busca do tempo perdido: O Tempo Recuperado, de Marcel Proust

Editora: Ediouro

ISBN: 978-85-0002-555-6

Tradução: Fernando Py

Opinião: ★★★☆☆

Páginas: 270

Sinopse: Ver primeiro livro


 

“À espera, tentava inutilmente agir sobre eles, visto não estar curado pela experiência que deveria me ensinar – se por acaso ensinasse alguma coisa – que amar é um tipo de má sorte, como os que existem nos contos de fadas, e contra a qual nada pode fazer enquanto não for quebrado o encantamento.”

 

 

“Os outros sabem da nossa vida melhor do que imaginamos (...). Eles podem estar, mais do que pensamos, a par da verdade a nosso respeito, porém exagerá-la e errar por suposições excessivas, ao passo que esperávamos que errassem por ausência de quaisquer suposições.”

 

 

“Tanto são poucas as conquistas fáceis quanto as derrotas definitivas.”

 

 

“A morte de milhões de desconhecidos só nos causa um arrepio, aliás, menos que desagradável do que o provocado por uma corrente de ar.”

 

 

“Os tolos constituem maioria em qualquer país.”

 

 

“O espantoso é que este público, que só julga os homens e os fatos através dos jornais, está convencido de que julga por si mesmo.”

 

 

“Os civis imaginam que a guerra é somente uma gigantesca luta de boxe, à qual assistem de longe graças aos jornais. Mas estão totalmente enganados. É uma doença que, quando parece debelada num ponto, reaparece em outro.”

 

 

“As catedrais devem ser veneradas até o dia em que, para preservá-las, fosse necessário renegar as verdades que elas simbolizam.”

 

 

“A criação do mundo não ocorreu de uma vez, ela ocorre todos os dias.”

 

 

“Não apenas a educação das crianças, mas também a dos poetas, faz-se à custa de bofetadas.”

 

 

“Só vivia da essência das coisas e não podia alcançá-la no presente, onde, não entrando em jogo a imaginação, os sentidos eram incapazes de fornecê-la; o próprio futuro, para o qual se dirige a ação, no-la abandona. Tal ser nunca viera até mim, nunca se manifestara senão fora da ação, do gozo imediato, todas as vezes que o milagre de uma analogia me fizera escapar ao presente. Só ele possuía o poder de me fazer reencontrar os dias antigos, o tempo perdido, ante o qual os esforços da memória e da inteligência fracassavam sempre.”

 

 

“Os homens com frequência querem amar sem o conseguir e, por assim dizer, são compelidos a permanecer livres.” (La Bruyère)

 

 

“Acontece com a velhice o mesmo que com a morte. Alguns a enfrentam com indiferença, não porque sejam mais corajosos que os outros, mas por terem menos imaginação.”

 

 

“Certo, se se trata exclusivamente de nossos corações, teve razão o poeta em falar dos “fios misteriosos” que a vida rompe. Mas ainda é mais verdadeiro que ela os tece sem cessar entre as criaturas, entre os acontecimentos, que entrecruza tais fios, que os redobra a fim de reforçar a trama, de modo que entre o menor ponto do nosso passado e todos os demais uma opulenta rede de lembranças nos dá uma variada escolha de comunicações.”

 

 

“Todos os altruísmos fecundos da natureza se desenvolvem de acordo com um modo egoísta, visto que o altruísmo humano não egoísta é estéril, é o de um escritor que interrompe seu trabalho para receber um amigo infeliz, para aceitar um cargo público, para escrever artigos de propaganda.”

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