Editora: Ediouro
ISBN: 978-85-0002-555-6
Tradução: Fernando
Py
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 270
Sinopse: Ver primeiro
livro
“À espera, tentava inutilmente agir sobre
eles, visto não estar curado pela experiência que deveria me ensinar – se por
acaso ensinasse alguma coisa – que amar é um tipo de má sorte, como os que
existem nos contos de fadas, e contra a qual nada pode fazer enquanto não for
quebrado o encantamento.”
“Os outros sabem da nossa vida melhor do que
imaginamos (...). Eles podem estar, mais do que pensamos, a par da verdade a
nosso respeito, porém exagerá-la e errar por suposições excessivas, ao passo
que esperávamos que errassem por ausência de quaisquer suposições.”
“Tanto são poucas as conquistas fáceis quanto
as derrotas definitivas.”
“A morte de milhões de desconhecidos só nos
causa um arrepio, aliás, menos que desagradável do que o provocado por uma
corrente de ar.”
“Os tolos constituem maioria em qualquer
país.”
“O espantoso é que este público, que só julga
os homens e os fatos através dos jornais, está convencido de que julga por si
mesmo.”
“Os civis imaginam que a guerra é somente uma
gigantesca luta de boxe, à qual assistem de longe graças aos jornais. Mas estão
totalmente enganados. É uma doença que, quando parece debelada num ponto,
reaparece em outro.”
“As catedrais devem ser veneradas até o dia
em que, para preservá-las, fosse necessário renegar as verdades que elas
simbolizam.”
“A criação do mundo não ocorreu de uma vez,
ela ocorre todos os dias.”
“Não apenas a educação das crianças, mas
também a dos poetas, faz-se à custa de bofetadas.”
“Só vivia da essência das coisas e não podia
alcançá-la no presente, onde, não entrando em jogo a imaginação, os sentidos
eram incapazes de fornecê-la; o próprio futuro, para o qual se dirige a ação,
no-la abandona. Tal ser nunca viera até mim, nunca se manifestara senão fora da
ação, do gozo imediato, todas as vezes que o milagre de uma analogia me fizera
escapar ao presente. Só ele possuía o poder de me fazer reencontrar os dias
antigos, o tempo perdido, ante o qual os esforços da memória e da inteligência
fracassavam sempre.”
“Os homens com frequência querem amar sem o
conseguir e, por assim dizer, são compelidos a permanecer livres.” (La Bruyère)
“Acontece com a velhice o mesmo que com a
morte. Alguns a enfrentam com indiferença, não porque sejam mais corajosos que
os outros, mas por terem menos imaginação.”
“Certo, se se trata exclusivamente de nossos
corações, teve razão o poeta em falar dos “fios misteriosos” que a vida rompe.
Mas ainda é mais verdadeiro que ela os tece sem cessar entre as criaturas,
entre os acontecimentos, que entrecruza tais fios, que os redobra a fim de
reforçar a trama, de modo que entre o menor ponto do nosso passado e todos os
demais uma opulenta rede de lembranças nos dá uma variada escolha de
comunicações.”
“Todos os altruísmos fecundos da natureza se
desenvolvem de acordo com um modo egoísta, visto que o altruísmo humano não
egoísta é estéril, é o de um escritor que interrompe seu trabalho para receber
um amigo infeliz, para aceitar um cargo público, para escrever artigos de
propaganda.”