terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A Miséria da Filosofia - Karl Marx

Editora: Escala
ISBN: 978-85-7556-890-3
Tradução: Paulo Roberto Banhara
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 160
Sinopse: Esta obra foi escrita por Karl Marx em resposta às ideias de Proudhon, expostas no livro Filosofia da Miséria.
Este livro, segundo a própria definição de Karl Marx, revela os principais fundamentos das teorias que ele e Friedrich Engels desenvolveram e defenderam ao longo de suas vidas, e que mudaram radicalmente a história política da humanidade. Junto ao Manifesto do Partido ComunistaA Miséria da Filosofia é leitura obrigatória à introdução do estudo da obra O Capital e outros escritos socialistas da era moderna.

“No socialismo, o custo de produção determinaria em todas as instâncias o valor do produto; e valores iguais seriam trocados por valores iguais. Se uma pessoa trabalhou uma semana inteira e outra trabalhou apenas meia semana, a primeira receberia o dobro da remuneração da última; mas esse pagamento extra não seria dado a uma pessoa com prejuízo de outra, a perda sofrida pelo último homem não recairia de modo algum sobre o primeiro. (...) Só o trabalho de cada indivíduo é que determinaria seu lucro ou sua perda (Bray, op. cit.).”


“Para os economistas só há duas espécies de instituições, as da arte e as da natureza. As instituições do feudalismo são instituições artificiais, as da burguesia são instituições naturais. Assemelham-se aos teólogos que também estabelecem duas espécies de religiões. Qualquer religião que não é a sua é uma invenção dos homens, ao passo que a própria religião é uma emanação de Deus. Dizendo que as relações naturais, as relações da produção burguesa, são naturais, os economistas querem dizer com isso que se trata de relações nas quais se cria a riqueza e se desenvolvem as forças produtivas de acordo com as leis da natureza. Portanto, essas relações são elas próprias leis naturais independentes da influência do tempo. São leis eternas que devem sempre reger a sociedade. Assim, houve história, mas não haverá mais. Houve história, visto que existiam instituições feudais e nessas instituições do feudalismo se encontram relações de produção totalmente diferentes daquelas da sociedade burguesa, que os economistas querem fazer passar por naturais e, portanto, eternas.”


“Cada relação econômica tem um lado bom e um lado mau: é o único ponto em que Proudhon não se desmente. O lado bom, exposto pelos economistas; o lado mau, denunciado pelos socialistas. Aos economistas a necessidade das relações eternas; aos socialistas a ilusão de não ver na miséria senão a miséria. Está de acordo com uns e com outros, querendo referir-se à autoridade da ciência. A ciência, para ele, se reduz às magras proporções de uma fórmula científica; ele é o homem a procura das fórmulas. Por isso Proudhon se orgulha de ter feito a crítica da economia política e a do comunismo: ele está abaixo de uma e do outro. Abaixo dos economistas, visto que, como filósofo, que tem na manga uma fórmula mágica, acreditou poder dispensar-se de entrar em detalhes puramente econômicos; abaixo dos socialistas, porque não tem nem coragem suficiente, nem luzes suficientes para se elevar, sequer especulativamente, acima do horizonte burguês.
Quer ser a síntese e é um erro composto.
Pretende estar como homem da ciência acima dos burgueses e dos proletários; e não passa de pequeno burguês, sacudido constantemente entre o capital e o trabalho, entre a economia política e o comunismo.”


“As condições econômicas tinham a princípio transformado a massa da população do país em trabalhadores. A dominação do capital criou para essa massa uma situação comum, interesses comuns. Assim essa massa já é uma classe diante do capital, mas não o é ainda para si mesma. Na luta, de que assinalamos apenas algumas fases, essa massa se reúne, se constitui em classe para si mesma. Os interesses que ela defende se tornam interesses de classe. Mas a luta de classe com classe é uma luta política.”


“A condição de libertação da classe trabalhadora é a abolição de qualquer classe.”

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