Editora: Escala
ISBN: 978-85-7556-890-3
Tradução: Paulo Roberto Banhara
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 160
Sinopse: Esta obra foi escrita por Karl Marx em resposta às ideias de Proudhon,
expostas no livro Filosofia
da Miséria.
Este livro, segundo a própria definição de Karl Marx,
revela os principais fundamentos das teorias que ele e Friedrich Engels
desenvolveram e defenderam ao longo de suas vidas, e que mudaram radicalmente a
história política da humanidade. Junto ao Manifesto
do Partido Comunista, A Miséria da Filosofia é leitura
obrigatória à introdução do estudo da obra O Capital e
outros escritos socialistas da era moderna.
“No socialismo, o custo de produção
determinaria em todas as instâncias o valor do produto; e valores iguais seriam
trocados por valores iguais. Se uma pessoa trabalhou uma semana inteira e outra
trabalhou apenas meia semana, a primeira receberia o dobro da remuneração da
última; mas esse pagamento extra não seria dado a uma pessoa com prejuízo de
outra, a perda sofrida pelo último homem não recairia de modo algum sobre o
primeiro. (...) Só o trabalho de cada indivíduo é que determinaria seu lucro ou
sua perda (Bray, op. cit.).”
“Para os economistas só há duas espécies de
instituições, as da arte e as da natureza. As instituições do feudalismo são instituições
artificiais, as da burguesia são instituições naturais. Assemelham-se aos
teólogos que também estabelecem duas espécies de religiões. Qualquer religião
que não é a sua é uma invenção dos homens, ao passo que a própria religião é
uma emanação de Deus. Dizendo que as relações naturais, as relações da produção
burguesa, são naturais, os economistas querem dizer com isso que se trata de
relações nas quais se cria a riqueza e se desenvolvem as forças produtivas de
acordo com as leis da natureza. Portanto, essas relações são elas próprias leis
naturais independentes da influência do tempo. São leis eternas que devem
sempre reger a sociedade. Assim, houve história, mas não haverá mais. Houve
história, visto que existiam instituições feudais e nessas instituições do
feudalismo se encontram relações de produção totalmente diferentes daquelas da
sociedade burguesa, que os economistas querem fazer passar por naturais e,
portanto, eternas.”
“Cada relação econômica tem um lado bom e um
lado mau: é o único ponto em que Proudhon não se desmente. O lado bom, exposto
pelos economistas; o lado mau, denunciado pelos socialistas. Aos economistas a
necessidade das relações eternas; aos socialistas a ilusão de não ver na
miséria senão a miséria. Está de acordo com uns e com outros, querendo
referir-se à autoridade da ciência. A ciência, para ele, se reduz às magras
proporções de uma fórmula científica; ele é o homem a procura das fórmulas. Por
isso Proudhon se orgulha de ter feito a crítica da economia política e a do
comunismo: ele está abaixo de uma e do outro. Abaixo dos economistas, visto
que, como filósofo, que tem na manga uma fórmula mágica, acreditou poder
dispensar-se de entrar em detalhes puramente econômicos; abaixo dos
socialistas, porque não tem nem coragem suficiente, nem luzes suficientes para
se elevar, sequer especulativamente, acima do horizonte burguês.
Quer ser a síntese e é um erro composto.
Pretende estar como homem da ciência acima
dos burgueses e dos proletários; e não passa de pequeno burguês, sacudido
constantemente entre o capital e o trabalho, entre a economia política e o
comunismo.”
“As condições econômicas tinham a princípio
transformado a massa da população do país em trabalhadores. A dominação do
capital criou para essa massa uma situação comum, interesses comuns. Assim essa
massa já é uma classe diante do capital, mas não o é ainda para si mesma. Na
luta, de que assinalamos apenas algumas fases, essa massa se reúne, se
constitui em classe para si mesma. Os interesses que ela defende se tornam
interesses de classe. Mas a luta de classe com classe é uma luta política.”
“A condição de libertação da classe
trabalhadora é a abolição de qualquer classe.”
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