domingo, 25 de junho de 2023

Anne de Green Gables, de Lucy Maud Montgomery

Editora: Ciranda Cultural

ISBN: 978-85-380-9266-7

Tradução: João Sette Camara

Opinião: ★★★★☆

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Páginas: 336

Sinopse: Anne é uma pobre órfã que foi enviada por engano para a fazenda de Green Gables, pois os irmãos Marilla e Matthew tinham a intenção de adotar um menino para auxiliar nos trabalhos domésticos. Com pena da pobre garota, os dois resolveram mantê-la na fazenda ao descobrirem que, definitivamente, era uma menininha diferente de todas as outras. Com seus longos cabelos ruivos, seus olhos acinzentados e uma imaginação que lhe permitia viver muitas fantasias, mas que a metia em muitas confusões também, Anne traz reflexões e pensamentos pertinentes sobre os obstáculos e as escolhas da vida de qualquer pré-adolescente.



“É fácil demais ser mau sem se dar conta disso, não é?”

 

 

“Quando você está imaginando, é melhor imaginar algo que valha a pena.”

 

 

“O mundo é interessante demais. E ele não seria tão interessante assim se já soubéssemos de tudo, não é mesmo? Não haveria nenhum escopo para a imaginação, haveria?”

 

 

“Anne se levantou e respirou fundo.

– Oh, não é maravilhoso? – disse ela acenando para todo o mundo bom do lado de fora.

– É uma árvore grande – falou Marilla –, e dá muitas flores, mas as frutas nunca são muito boas: são pequenas e bichadas.

– Ah, não falo apenas da árvore; é claro que ela é adorável... sim, é radiantemente adorável... ela floresce como se quisesse… mas estou falando de tudo, do jardim e do pomar e do riacho e da mata, de todo o grande e querido mundo. A senhorita não sente um amor enorme pelo mundo em uma manhã como esta? E consigo ouvir as risadas do riacho daqui de cima. Já reparou como os riachos são coisas alegres? Estão sempre rindo. Até mesmo no inverno já os ouvi rindo sob o gelo. Fico muito feliz que haja um riacho perto de Green Gables. Talvez a senhorita ache que isso não faz a menor diferença para mim porque não vai ficar comigo, mas faz sim. Eu sempre gostarei de me lembrar de que há um riacho em Green Gables, mesmo que jamais volte a vê-lo. Caso não houvesse um riacho, eu seria assombrada pela sensação incômoda de que deveria haver um. Nesta manhã eu não estou nas profundezas do desespero. Nunca consigo me sentir assim de manhã. Não é uma coisa esplêndida o fato de que existam manhãs? Mas estou muito triste. Eu estava agora mesmo imaginando que na verdade era a mim que os senhores queriam, e que eu ficaria aqui para todo o sempre. Isso foi muito reconfortante enquanto durou. Mas a pior parte na imaginação das coisas é que chega um momento em que você tem de parar de imaginar, e isso magoa.”

 

 

É muito bom ler sobre tristezas e imaginar a si mesmo suportando-as heroicamente, mas não é tão bom assim quando de fato se passa por elas, não é mesmo?”

 

 

“De nada serve amar as coisas se você vai ter que se separar delas, não é mesmo?”

 

 

“– Sabe – disse Anne em confidência –, decidi que vou desfrutar deste passeio. Na minha experiência, você quase sempre consegue desfrutar das coisas se você decide com firmeza que isso vai acontecer. Obviamente, você tem de decidir isso com firmeza.”

 

 

“– Oh, Marilla, ansiar pelas coisas é metade do prazer proporcionado por elas – exclamou Anne. – Você pode até não conseguir essas coisas, mas nada pode lhe impedir de ter a diversão de ansiar por elas. A senhora Lynde diz: “Abençoados são aqueles que nada esperam, pois jamais se decepcionarão”. Mas eu acho que seria pior não esperar por nada do que se decepcionar.”

 

 

Há muitas Annes diferentes dentro de mim. Às vezes, penso que é por isso que sou uma pessoa tão inoportuna. Se eu fosse apenas uma Anne, seria muito mais cômodo, mas eu não seria nem um pouco interessante quanto sou.”

 

 

“Marilla é uma mulher sensata demais. Deve ser muito melhor ser sensata, ainda assim, acho que eu de fato não gostaria de ser uma pessoa sensata, pois elas não são nada românticas.”

 

 

“Esta é a pior parte de crescer, e estou começando a me dar conta disso. As coisas que você queria muito quando criança não parecem tão maravilhosas assim quando você as conquista.”

 

 

“Não podemos querer que as coisas sejam perfeitas neste mundo imperfeito.”

 

 

“Bons conselhos são mais fáceis de dar do que de seguir.”

 

 

“Oh, é delicioso ter ambições. Fico muito contente que eu tenha tantas. E elas parecem não ter fim: esta é a melhor parte. Assim que você conquista uma ambição, chega outra brilhando ainda mais. Isso torna a vida interessante demais.”

 

 

“Pagamos um preço por tudo aquilo que conseguimos ou tomamos neste mundo; e embora valha muito a pena ter ambições, elas não são conquistadas a pouco custo: demandam seu quinhão de trabalho e abnegação, ansiedade e desânimo.”

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