Editora: Clube de Literatura Clássica
ISBN: 978-65-870-3680-9
Tradução: Veríssimo
Anagnostopoulos e Gabriela Maroha Anagnostopoulos
Análise em vídeo: Clique aqui
Opinião: ★★☆☆☆
Páginas: 80
Sinopse: Livreto com dois contos de Italo Svevo – “Orazio Cima” e
“A Novela do Bom Velho e da Bela Moça”.
“As
crianças amam gritar quando correm.”
“Quando
um autêntico jovem se enamora, o seu amor amiúde provoca no seu cérebro reações
que em breve com o seu desejo não têm nada que ver. Quantos jovens que poderiam
sossegar-se ditosamente numa cama hospitaleira, não viram de pernas para o ar
ao menos suas casas crendo que para ir para a cama com uma mulher cumpra
primeiro conquistar, criar ou destruir. Já os velhos, de quem se diz que são
mais bem protegidos das paixões, se lhe abandonam em plena consciência e entram
na cama da culpa só com devido resguardo aos resfriados.”
“Depois
o velho pensou que era o olho infantil da jovenzinha que o conquistara. Os
velhos quando amam passam sempre pela paternidade e todo abraço seu é um
incesto do qual tem o acre sabor.”
“Os
jovens depois de um pouco de experiência ou mesmo antes de ter nenhuma
encontram tudo aquilo de que precisam enquanto o velho é um amador
desorganizado. À máquina de fazer amor falta neles ao menos um parafuso.”
“Geralmente
é certo que a maior parte dos velhos acredita ter muito direitos e somente
direitos.”
“Se
o velho pudesse se comportar segundo seu desejo, teria logo despedido a
jovenzinha porque os velhos têm a imoralidade passageira. Mas com uma mulher
que ama não se pode de modo algum proceder assim a toque de caixa.”
“Má
retórico aquele que se arrima em tantos argumentos.”
“Pode-se
nisso ver como funcionam regularmente os velhos. Nos jovens cada hora é
desordenadamente ocupada pelos sentimentos mais díspares enquanto nos velhos
cada sentimento tem a sua hora, inteira. A jovenzinha caminhava de mãos dadas
com o velho. Quando a queria, vinha; ia-se quanto não a queria mais. Discutiam!
Depois faziam amor e comiam de boníssimo humor.”
“—
Se o desejas — disse ao velho — eu te arrumo uma obra com o título: O velho. A velhice, infelizmente, ali é
considerada uma doença. Não de longa duração, porém.”
“Com
efeito, toda obra que pretende criar uma teoria se divide em duas partes. A
primeira se dedica à destruição das teorias pré-existentes ou, melhor ainda, à
crítica do estado de fato existente, enquanto a segunda tem a difícil tarefa de
reconstruir as coisas sobre novas bases; coisa bastante difícil.”
“Nada
de mais belo e de mais fluido que o prefácio a uma teoria.”
“Outra
vez pensou descrever como desde a primeira classe elementar se devia lembrar
que o objetivo da vida é vir a ser um velho são. A juventude quando peca não
sofre e não faz sofrer tanto. Já o pecado do velho é mais ou menos equivalente
a dois pecados do jovem.”
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