Editora: Objetiva
ISBN: 978-85-7302-308-4
Tradução: Ana Luiza Dantas Borges
Opinião: ★★★★☆
Páginas: 394
“Eu estava
profundamente consciente de meus irmãos guerreiros que haviam caído comigo. Um
vínculo cem vezes mais forte do que aquele que experimentara em vida me unia a
eles. Senti um alívio inexprimível e percebi que tinha temido, mais do que a
morte, a separação deles. Compreendi o tormento cruciante do sobrevivente da
guerra, a sensação de traição e covardia experimentada por aqueles que ainda se
agarram à vida quando seus camaradas já dela se soltaram. O estado que chamamos
de vida se encerrara. Eu estava morto.”
“Sua Majestade
presenciou a pilhagem de inúmeras cidades e não precisa escutar o relato da
semana que se seguiu. Vou acrescentar apenas a observação, da perspectiva dos
anos que se passaram desde então, de que foi a primeira vez que meus olhos
tiveram tal visão que a experiência ensina ser comum a todas as batalhas e
todos os massacres.
Aprendi então:
sempre há fogo.
Uma bruma acre
paira no ar dia e noite, e a fumaça sulfurosa asfixia as narinas. O sol fica da
cor de cinza e pedras pretas espalham-se pela estrada, fumegando. Para onde
quer que olhemos, um objeto está em chamas. Madeira, pedra, a própria terra. As
roupas queimam nos cadáveres; o cabelo queima, e a carne. Até mesmo a água
queima. A impiedade da chama reforça o senso da ira dos deuses, do destino,
desforra, façanhas realizadas e muitos problemas.
Tudo é o oposto do
que deveria ser.
Caem coisas que
deveriam ficar em pé. Soltam-se coisas que deveriam ficar presas, e são presas
as que deveriam se soltar. Coisas que haviam sido acumuladas em segredo agora
se revelam abertamente, e aqueles que as haviam reservado observam com os olhos
opacos e deixam que se vão. Meninos se tornaram homens, e homens, meninos.
Escravos se libertaram e homens livres foram escravizados. A infância se foi.”
“— Você será como
eles — disse ela —, quando crescer.
Referia-se aos
soldados que a tinham desonrado.
— Não serei.
— Será um homem.
Não terá como ser diferente.”
“— Nunca se
esqueça, Alexandros, de que esta carne, este corpo, não nos pertence. Graças a
Deus não. Se eu achasse que fosse meu, não conseguiria avançar um passo para
enfrentar o inimigo. Não é nosso, meu amigo. Pertence aos deuses e aos nossos
filhos, a nossos pais e mães e, daqui a cem, mil anos, aos lacedemônios que
ainda não nasceram. Pertence à cidade que nos dá tudo e não exige menos de
nós.”
“O capitão
Ptammitechus havia claramente se afeiçoado ao meu senhor e ao polemarch Olympieus,
pai de Alexandros. Chamou-os à parte, declarando que queria lhes mostrar uma
coisa. Conduziu-os à tenda do comandante, erigida ali, na praia, e retirou da
arca desse oficial uma maravilha, que os espartanos, e eu, é claro, nunca
tínhamos visto.
Era um mapa.
Uma representação
geográfica, não meramente da Hélade e das ilhas do Egeu, mas do mundo inteiro.
A sua largura era
de aproximadamente dois metros, com detalhes completos, realizado com muita
perícia sobre o papiro do Nilo, material tão extraordinário que, embora quando
seguro contra a luz pudéssemos ver através dele, nem as mãos do homem mais
forte conseguiria rasgá-lo, a não ser usando a ponta de uma lâmina.
O capitão
desenrolou o mapa sobre a mesa do comandante da esquadra. Mostrou aos espartanos
sua terra, no coração do Peloponeso, com Atenas a 225 quilômetros ao norte e
este. Tebas e Tessália exatamente ao norte dali, e os Montes Ossa e Olimpo na
extremidade norte da Grécia. A oeste, o realizador do mapa havia retratado
todas as léguas de mar e terra, até os Pilares de Hércules — e, ainda assim, o
grosso da carta mal começara a ser desenrolado.
— Só quis que
vissem, para o seu próprio bem, cavalheiros — Ptammitechus dirigiu-se aos
espartanos através de seu intérprete —, a importância da escala do império de
Sua Majestade, e dos recursos de que ele dispõe contra vocês, para que decidam
resistir ou não baseados em fatos e não em fantasias.
Desenrolou o
papiro na direção este. Sob a luz surgiram as ilhas do Egeu, depois a
Macedônia, Ilíria, Trácia e Sythia, o Helesponto, Lídia, Karia, Cilícia,
Fenícia e as cidades jônicas da Ásia Menor.
— Todas essas
nações são controladas pelo Grande Rei. Ele fez com que elas, todas elas, o
servissem. Tudo isso se oporá a vocês. Mas essa é a Pérsia? Não, ainda não
atingimos o centro do Império...
Mais léguas de
terra, o mapa parecia que se desenrolaria infinitamente. A mão do egípcio
passou pelos contornos da Etiópia, Líbia, Arábia, Egito, Assíria, Babilônia,
Suméria, depois Capadócia, Armênia e o trans-Cáucaso. A fama de cada um desses
reinos foi mencionada, ele citou o número de guerreiros e a força e os
armamentos que possuíam.
— Um homem
viajando rapidamente pode atravessar todo o Peloponeso em quatro dias. Vejam,
meus amigos. Para ir de Tiro a Sardis, a capital do Grande Rei, são três meses
de marcha rápida. E toda essa terra, todos esses homens e riqueza, pertencem a
Xerxes. Tampouco suas nações brigam entre si, como vocês helenos gostam tanto
de fazer, nem se dividem em alianças que se desentendem. Quando o Rei diz unir,
seus exércitos se unem. Quando ele diz em marcha, eles se põem em marcha. E
ainda — disse ele — nem chegamos a Persépolis e ao coração da Pérsia.
Desenrolou ainda
mais o mapa.
Surgiram mais
terras cobrindo ainda mais léguas e com nomes ainda mais curiosos. O egípcio
desfiou mais números. Duzentos mil dessa satrapia, trezentos mil daquela. A
Grécia, a oeste, parecia cada vez mais miúda. Dava a impressão de estar se
atrofiando em um microcosmo, em comparação à massa interminável do Império
Persa. Os egípcios agora falaram de feras bizarras e quimeras. Camelos e
elefantes, asnos selvagens do tamanho de cavalos de tração. Esboçou as terras
da Pérsia, depois da Média, Báctria, Partia, Cáspia, Ária, Sogdiana e Índia,
nações cujos nomes e existência eram desconhecidos dos que os ouviam.
— Dessas vastas
terras, Sua Majestade atrai inúmeros guerreiros, homens que cresceram sob o sol
causticante do leste, habituados às intempéries mais inconcebíveis, munidos de
armas das quais vocês não têm experiência e financiados com uma soma
incalculável de ouro e outras riquezas. Cada produto agrícola, cada fruta,
grão, porco, carneiro, vaca, cavalo, a produção de cada mina, fazenda, floresta
e vinha pertencem a Sua Majestade. E tudo isso ele investiu na composição desse
exército que marcha para escravizá-los.
“Ouçam bem,
irmãos. A raça egípcia é antiga, contando as gerações de seus pais desde a
antiguidade. Vimos impérios se erguerem e caírem. Governamos e fomos governados.
Mesmo agora, somos um povo tecnicamente conquistado. Servimos aos persas. Vejam
minha situação, amigos. Pareço pobre? A minha conduta é desonrosa? Espiem minha
bolsa. Com todo respeito, camaradas, eu poderia comprá-los e vendê-los e tudo
que possuem somente com essa bolsa.”
Nesse ponto,
Olympieus pediu que o egípcio fosse direto ao ponto.
— Aonde quero
chegar é: Sua Majestade honrará vocês espartanos não menos do que nós,
egípcios, ou qualquer outro grande povo guerreiro, se forem sensatos e se alistarem
voluntariamente para lutar sob sua bandeira. No Oriente, soubemos que vocês
gregos não o fizeram. A roda gira, e o homem deve girar com ela. Resistir não é
simplesmente insensatez, mas loucura.
Observei os olhos
de meu senhor. Ele percebeu claramente a intenção do egípcio como genuína e
suas palavras proferidas por amizade e consideração. Porém, não conseguiu
impedir que a raiva aflorasse em seu rosto.
— Vocês nunca
experimentaram a liberdade, amigo — disse Dienekes —, ou saberiam que não é
comprada com ouro, mas com a espada. — Conteve a ira imediatamente, batendo no
ombro do egípcio como um amigo e encontrando o seu olhar com um sorriso. — E
quanto à roda que mencionou — concluiu o meu senhor —, ela gira nas duas
direções.”
““Qual a diferença
entre um rei espartano e um soldado?” Um homem lançaria essa pergunta a seu
companheiro enquanto preparam a cama ao ar livre, sob uma chuva fria. Seu
amigo, afetando preocupação, refletiria por um instante. “O Rei dorme naquela
fossa ali adiante”, responde, “e nós dormimos nessa aqui”.”
“— Dienekes diz
que a mente é como uma casa com muitos quartos — disse ele. — Há quartos em que
não se deve entrar.”
“Os homens
escutaram atentos, em silêncio e solenes. Leônidas estava com cinquenta e cinco
anos. Havia combatido em mais de quarenta batalhas, desde os vinte anos;
ferimentos tão antigos quanto de há trinta anos subsistiam, vividos em seus
ombros e panturrilhas, em seu pescoço e em sua barba prateada.
— Que misericórdia
desconhecida o poupou nesse dia? Que clemência do divino desviou a lança do
inimigo para um palmo de distância da nossa garganta e dirigiu-a fatalmente
para o peito do querido camarada, ao nosso lado? Por que continuamos aqui sobre
a terra, nós que não somos melhores, nem mais corajosos, que não reverenciamos
mais o céu do que os nossos irmãos que os deuses escolheram mandar ao inferno?
(...) O que mais um homem pode sentir nesse momento a não ser a gratidão mais
solene e profunda em relação aos deuses que, por razões que ignora, pouparam
sua vida nesse dia? Amanhã, seu capricho pode se alterar. Na semana seguinte,
no próximo ano. Mas nesse dia o sol ainda brilha sobre ele, ele sente o seu
calor sobre os seus ombros, ele contempla, à sua volta, os rostos de seus
camaradas, que ele ama, e exulta com a salvação deles tanto quanto com a sua
própria.”
“— A humanidade,
como é constituída — disse Polynikes —, é um tumor e um cancro. Observe os
espécimes em qualquer outra região que não a Lacedemônia. O homem é fraco,
ganancioso, libidinoso, presa para todas as espécies de vício e depravação.
Mente, rouba, trapaceia, assassina, funde as estátuas dos deuses e cunha o ouro
como dinheiro para prostitutas. Isso é o homem. Essa é sua natureza, como
atestam todos os poetas. Felizmente, Deus em sua misericórdia proveio um
contrapeso para a depravação inata de nossa espécie. Essa dádiva, meu jovem
amigo, é a guerra. A guerra, não a paz, produz a virtude. A guerra, não a paz,
purga o vício. A guerra, e a preparação para a guerra, suscita tudo que é nobre
e digno em um homem. Une-o a seus irmãos e os liga em um amor altruísta,
erradicando no cadinho da necessidade tudo que é vil e ignóbil. Ali, no moinho
sagrado do assassínio, o homem mais vil pode buscar e encontrar essa parte de
si mesmo, oculta sob a corrupção, que reluz intensa e virtuosa, digna de honra
diante dos deuses. Não despreze a guerra, efebo, nem imagine que a misericórdia
e a compaixão sejam virtudes superiores a andreia, à bravura
viril”.”
“Outras cidades
produzem monumentos e poesias, Esparta produz homens.”
“— Os deuses fazem
com que amemos quem não amaremos e se vingam de quem amaremos. Matam os que
deviam viver e poupa os que merecem morrer. Dão com uma das mãos e tiram com a
outra, prestando contas somente às suas leis, incognoscíveis.”
“— Atestem a
lição: que nada de bom na vida acontece sem um preço. A liberdade é o mais
encantador de tudo. Nós a escolhemos e pagaremos um preço por ela.”
“— Cães em uma
matilha encontram coragem para atacar um leão. Cada cão sabe o seu lugar. Ele
teme o cachorro acima e se alimenta do medo do cachorro abaixo. O medo vence o
medo. É assim que os espartanos fazem, contrabalançando ao medo da morte um
medo maior: o da desonra. Da exclusão da matilha.”
“— O que é mais
natural para um homem do que lutar, ou para uma mulher do que amar?”
“— E, se me
permitem perguntar, aonde se dirige esse magnífico exército? — perguntou um
mercador de Halicarnasso, Elephantinos de nome.
— À morte —
respondeu alguém.
— Que encantador!”
“Eu nunca tinha
visto uma expressão de malignidade como a que estampava a face do meu senhor.
Ele apontou para um baixio na terra, a seu lado, sob a luz da fogueira.
— Tenho observado
essas criaturinhas. Na terra, uma guerra violenta de formigas.
— Veja esses
heróis — Dienekes indicou os batalhões compactos de insetos se engalfinhando
com uma bravura incrível em cima de uma pilha de formas de seus próprios
companheiros caídos, combatendo sobre o cadáver ressecado de um besouro.
— Esta aqui seria
Aquiles. E ali. Aquela deve ser Heitor. A nossa coragem não é nada se comparada
à delas. Está vendo? Nem mesmo retiram do campo os corpos de suas companheiras,
como nós fazemos.
Sua voz estava
carregada de repulsa e exalando ironia.
— Acha que os
deuses nos desprezam, como desprezamos esses insetos? Será que os imortais
lamentam nossas mortes tão intensamente quanto sentimos a perda desses
insetos?”
“Pedi que ela me
dissesse como estava. De verdade.
Ela riu.
— Mudei, não foi?
Não sou mais o chamariz-de-marido que você sempre me considerou. Eu também era
tola. Pensava tão alto em meus projetos. Mas este não é o mundo da mulher,
primo. Nunca foi nem nunca será.”
“— Há uma deusa em
meu país chamada Naan — o scythiano rompeu o silêncio. — Minha mãe era uma
sacerdotisa desse culto, se é que tal título possa ser aplicado a uma camponesa
analfabeta que passou toda a sua vida na parte de trás de uma carroça. A minha
mente recordou-se disso ao conhecer o nosso amigo mercador e a carroça que ele
chamava de sua casa.
Isso foi o máximo
que eu, e todos os outros, havíamos escutado Suicídio expressar. Todos
esperaram que ele parasse ali. Para espanto geral, ele prosseguiu.
Sua mãe
sacerdotisa ensinou-o, disse ele, que nada sob o sol é real. A terra e tudo
sobre ela não passam de uma encarnação material de uma realidade mais profunda
e mais pura que existe imediatamente atrás, invisível aos sentidos mortais.
Tudo que chamamos de real é sustentado por esse fundamento mais sutil que lhe é
subjacente, indestrutível, que não pode ser vislumbrado além da cortina.
— A religião da
minha mãe prega que só essas coisas são reais, as que não podem ser percebidas
pelos sentidos. A alma. O amor de mãe. Coragem. Estão mais próximos de Deus,
ela ensinou, porque são os mesmos dos dois lados da morte, na frente e atrás da
cortina.
“Quando cheguei a
Lacedemônia e vi a falange — prosseguiu Suicídio —, achei-a a forma mais
ridícula de guerra que eu já vira. No meu país, combatemos montados em cavalos.
Para mim, essa era a única maneira, digna e gloriosa, um espetáculo que instiga
a alma. A falange me pareceu uma piada. Mas admirei os homens, sua virtude que
era tão claramente superior à de qualquer outra nação que eu havia observado e
analisado. Era um enigma para mim.”
— Lembra-se,
Dienekes, de quando combatemos os tebanos em Oinoe? Quando foram derrotados e
fugiram? Foi a primeira debandada que presenciei. Fiquei estarrecido. Existirá
uma visão mais vil, mais degradante sob o sol do que uma falange debandando de
medo? Sente-se vergonha de ser mortal ao se ver tal indignidade, mesmo no
inimigo. Viola as leis supremas de Deus. — A face de Suicídio, que até então
era um esgar de desdém, agora refulgia de um modo mais jovial. — Ah, mas é o
contrário: uma linha que resiste! O que pode ser mais grandioso, mais nobre?
Foi Medon, diziam,
que havia lhe dado o apelido, quando ele, culpado de um assassinato em seu
país, tinha fugido para Esparta, onde pedira várias vezes para morrer.
— Quando cheguei
na Lacedemônia e me deram o nome de “Suicídio”, eu o odiei. Mas com o tempo
passei a perceber sua sabedoria, por menos intencional que fosse. Pois o que
pode ser mais nobre do que se matar? Não literalmente. Não com uma espada nas tripas.
Mas extinguir o ego egoísta interior, essa parte que só se preocupa com a
própria preservação, em salvar a própria pele. Essa, percebi, era a vitória que
vocês espartanos haviam obtido sobre si mesmos. Essa era a cola. Era o que
tinham aprendido, e isso me fez ficar, para aprender também.
“Quando um
guerreiro luta não por si mesmo, mas por seus irmãos, quando a meta buscada com
mais paixão não é nem a glória nem a preservação da sua própria vida, mas
gastar sua substância por eles, seus camaradas, não abandoná-los, mostrar-se
digno deles, então o seu coração realmente desacata a morte e, assim,
transcende a si mesmo, e suas ações alcançam o sublime. Por isso, o verdadeiro
guerreiro não pode falar de batalha a não ser para os seus irmãos que combateram
com ele. Essa verdade é venerável demais, sagrada demais para ser expressa por
palavras. Eu mesmo não ousaria expressá-la, a não ser aqui e agora, com
vocês”.”
“— Comam um bom
desjejum, homens — Leônidas sorriu largo —, pois estaremos todos partilhando o
jantar no inferno.”
“Sobre a lousa do
túmulo dos espartanos, o capitão relembrou, estavam gravados versos compostos
pelo poeta grego Simonides, que estava presente nesse dia.
— Consegue
lembrar-se das palavras gravadas na laje? —perguntei. — Ou os versos eram muito
extensos para se guardar de memória?
— Não, de jeito
nenhum — replicou o capitão. — Foram compostos no estilo espartano. Breve.
Nenhum desperdício.
Traduzo-os da
melhor maneira que posso:
Digam aos espartanos, estranhos que passam,
Que aqui, obedientes às suas leis, jazemos.”
3 comentários:
Destaco o trecho: Quando cheguei na Lacedemônia e me deram o nome de “Suicídio”, eu o odiei. Mas com o tempo passei a perceber sua sabedoria, por menos intencional que fosse. Pois o que pode ser mais nobre do que se matar? Não literalmente. Não com uma espada nas tripas. Mas extinguir o ego egoísta interior, essa parte que só se preocupa com a própria preservação, em salvar a própria pele. Essa, percebi, era a vitória que vocês espartanos haviam obtido sobre si mesmos. Essa era a cola. Era o que tinham aprendido, e isso me fez ficar, para aprender também.
Difícil matar o ego
Fobos
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