sábado, 13 de abril de 2013

Contos completos – Virginia Woolf

Editora: Cosac Naify

ISBN: 978-85-7503-400-2

Tradução: Leonardo Fróes

Opinião: ★☆☆☆☆

Páginas: 472

Sinopse: Reunindo pela primeira vez os contos completos de Virginia Woolf, o que inclui o inédito no Brasil “Um diálogo no monte Pentélico”, e com uma nova tradução, pelo poeta Leonardo Fróes, este volume se destaca por trazer à tona a rica tessitura literária de uma das maiores autoras inglesas do século XX (1882-1941). Sendo escritora modernista por excelência, Virginia reinventa a narrativa de forma a quase sempre fugir da descrição de uma ação linear.

As falas, os pensamentos e as ações de seus personagens são reembaralhados, e distribuídos de forma original, muitas vezes imbricados às reflexões da narradora. Como no conto “Kew Gardens”, por exemplo, no qual não há sequer uma ação propriamente dita, todo ele se passando durante uma caminhada pelos jardins públicos, preenchida por reflexões e por um olhar desviante desprezados pela narrativa tradicional, como o simples andar de um caramujo pelo chão.


“A madrugada, mesmo quando há melancolia e faz frio, nunca deixa de me varar pelos membros, como se me atirasse flechas de um gelo penetrante e rútilo. Descerro as grossas cortinas e busco o primeiro brilho do céu, que mostra que a vida está a irromper. Rosto colado na vidraça, gosto de imaginar que me comprimo o quanto posso contra a muralha espessa do tempo, que sempre se alteia e estira para permitir que outros espaços da vida venham de encontro a nós. Que a mim pois seja dado saborear o momento, antes que ele se propague pelo restante do mundo! Que eu saboreie o que existe de mais viçoso e mais novo! De minha janela, olho para o cemitério da Igreja, onde estão enterrados tantos dos meus ancestrais, e em minha oração me compadeço desses pobres mortais que eternamente se debatem nas águas recorrentes de outrora; pois que é nos círculos e redemoinhos perpétuos de um lívido caudal que os vejo. E que assim possamos nós, nós que temos o presente por dádiva, dar-lhe uso e desfrutá-lo: isso é parte, confesso, da minha prece matinal.”

 

 

“Minha mãe me diz que a verdade é sempre o que há de melhor.”

 

 

“A vida impõe suas leis, a vida barra a passagem; a vida é um tirano.”

 

 

“Os livros são em sua maior parte indescritivelmente ruins.”

3 comentários:

Doney disse...

Quanto ao último trecho citado, posso dizer que ao menos este livro não foge a regra ditada pela autora.

Unknown disse...

e o que vc achou ruim nele?

Doney disse...

O início, o meio e o fim.