Editora: Conrad
ISBN: 978-85-7616-493-7
Tradução: Ludimila Hasimoto
Opinião: ★★☆☆☆
Páginas: 104
Sinopse: Em
Portsmouth, cinzenta cidade do litoral da Inglaterra, um garoto passa uma
temporada inesquecível na casa dos avós.
Um período de amadurecimento e descobertas, reveladas por
personagens insólitos: seu tio-avô Morton, marcado desde a infância por uma
deficiência física; uma misteriosa mulher, que ganha a vida interpretando uma
sereia, e Swatchell, um artista com um passado obscuro.
À medida que as histórias desses personagens se
entrelaçam e se desdobram, o garoto é forçado a confrontar segredos de família,
estranhos fantoches e um pesadelo de violência e traição, em uma sombria fábula
sobre o fim da infância - e da inocência - e a passagem para a vida adulta.
“Eu vivia numa terra de gigantes naquela
época.
Todas as crianças vivem.
Num mundo perfeito, ocorre-me agora, eu
escreveria isto com sangue e não tinta.
Não se pode mentir quando se escreve com
sangue. A responsabilidade é grande demais; e os fantasmas que a pessoa matou
ressurgem e induzem a caneta a traçar linhas verdadeiras, transformam a palavra
escrita em palavra não escrita à medida que os traços vermelhos ficam marrons.
É por isso que os pactos com o Diabo têm que
ser assinados com sangue. Se você assina seu nome com sangue, é o nome
verdadeiro. Não há como mudar isso.
Pronto. Já estou falando de sangue, e era do
passado que eu queria falar.
E dos mortos, é claro. Não há como escapar
dos mortos.”
“Pergunta a meu avô o que o homem quis dizer
quando mencionou o sabonete em Gales. Ele disse que não era da minha conta, que
se eu não fizesse perguntas, não ouviria mentiras. Queria perguntar se ouviria
muitas mentiras, caso eu fizesse muitas perguntas, mas segurei a língua. Os
adultos fazem o que fazem. Vivem num mundo maior, ao qual as crianças não têm
acesso.”
“Só meu avô permaneceu lá. Estava sentado no
chão e chorava, com soluços profundos e ofegantes. O nariz escorrendo, lágrimas
enormes e quentes descendo pelo rosto com a barba por fazer.
Isso me perturbou mais do que qualquer outra
coisa. O desamparo dos adultos destrói as crianças ou as obriga a tornarem-se
pequenos adultos.”
Obs.: Romance gráfico.
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