Editora: Suma de Letras
ISBN: 978-85-6028-008-7
Tradução: Jens
Lehman e Patricia Lehman
Opinião: ★★☆☆☆
Páginas: 494
Sinopse: Alemanha,
1410. Marie, filha do burguês mais rico da cidade de Constança, está às vésperas
de se casar com um influente advogado, de família nobre. Ainda que o compromisso
esteja enchendo seu pai de orgulho, Marie não tem certeza se confia na integridade
do prometido, que só viu duas vezes. Seu receio se confirma dramaticamente na noite
anterior à cerimônia, quando, logo após a assinatura do acordo nupcial, um desconhecido
adentra a casa da família e acusa Marie de dormir com diversos homens em troca de
dinheiro e presentes, como uma meretriz barata.
A partir desse momento, a vida da jovem sofre uma guinada
radical. Sozinha, arruinada e com a reputação destruída, ela será obrigada a se
unir a uma prostituta e abraçar a vida nômade das rameiras errantes, mulheres que
viajam pelo país atrás de clientes.
A Prostituta Errante é a história de uma mulher injustamente desonrada, que se recusa a aceitar
o papel de vítima. Forçada a se prostituir por conta de artimanhas de pessoas interesseiras
e sofrendo todo tipo de maus-tratos, Marie reage e pacientemente arquiteta sua vingança.
Seu alvo é um grupo de nobres gananciosos que, graças à sua influência na corte
do imperador, se mantém impune mesmo cometendo as piores falcatruas falsificação
de documentos, assassinato de inimigos e incriminação de inocentes.
“– Uma serva? Quem é você para precisar de uma
serva?
Hiltrud levantou uma das fitas amarelas presas
à sua saia, que indicava a todos sua condição de rameira.
– Sou uma sedutora.”
“– Se você não aguenta umas boas fodas, melhor
se afogar.”
“Marie estremeceu com as palavras de Hiltrud.
Ela jamais se tornaria uma meretriz, pensou. Ao mesmo tempo, seu coração encolheu
de medo. Se seu pai não a encontrasse a tempo, ela não teria outra opção, a não
ser que seguisse o conselho que Berta dera a Fita e acabasse com a própria vida
no rio mais próximo. As ondas certamente seriam mais clementes do que os seres humanos.”
“A lembrança de sua vida anterior parecia-lhe,
mais e mais, um sonho de criança. Mais de três anos haviam se passado desde que
Hiltrud a achara, semimorta, na beira da estrada e a levara consigo. Três anos,
nos quais conhecera o desprezo do mundo honrado e a amizade dos desprezados.”
“– Que os santos a protejam, Marie!
– Digamos que já não é sem tempo!”
“– Eu não disse a você que Deus gosta mais de
nós, prostitutas, do que os padres nos querem fazer crer?”
“– Você é uma menina muito esperta, Marie. Mas,
agora, abra-me a porta de sua catedral, pois me voltou o desejo de rezar lá, mais
uma vez.”
“Na verdade, homens são fáceis de se enganar,
mas difíceis de se segurar.”
“À noite, todos os gatos são pardos.”
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