segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Mundo de Sofia – Jostein Gaarder

Editora: Companhia das Letras
ISBN: 978-85-8057-216-2
Tradução: João Azenha Jr.
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 560
Sinopse: Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que vivemos. Os postais foram mandados do Líbano, por um major desconhecido, para uma tal de Hilde Knag, jovem que Sofia igualmente desconhece.
O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste fascinante romance, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países em que foi lançado. De capítulo em capítulo, de “lição” em “lição”, o leitor é convidado a trilhar toda a história da filosofia ocidental – dos pré-socráticos aos pós-modernos –, ao mesmo tempo em que se vê envolvido por um intrigante thriller que toma um rumo surpreendente.



“Não se pode experimentar a sensação de existir sem se experimentar a certeza que se tem de morrer.”


“Por diferentes motivos, a maioria das pessoas é tão absorvida pelo cotidiano que a admiração pela vida acaba sendo completamente reprimida.”


“Os adultos achavam o mundo uma coisa evidente. Dormiam para sempre o sono encantado do cotidiano.”


“‘Tudo flui’, dizia Heráclito. Tudo está em movimento, e nada dura para sempre. Por esta razão, “não podemos "entrar duas vezes no mesmo rio”. Isto porque quando entro pela segunda vez no rio, tanto eu como o rio estamos mudados.”


“O homem é a medida de todas as coisas”, disse o sofista Protágoras (c. 487-420 a.C.). Com isto ele queria dizer que o certo e o errado, o bem e o mal sempre tinham de ser avaliados em relação às necessidades do homem. Quando perguntado se acreditava nos deuses gregos, Protágoras dizia: “Dos deuses nada posso dizer de concreto [...] pois neste particular são muitas as coisas que ocultam o saber: a obscuridade do assunto e a brevidade da vida humana”.”


Os que questionam são sempre os mais perigosos. Responder não é perigoso. Uma única pergunta pode ser mais explosiva do que mil respostas.”


“Por que ter medo da morte?”, perguntava Epicuro. “Enquanto somos, a morte não existe, e quando ela passa a existir, nós deixamos de ser”.”


“Tudo é possível. Mas também é preciso duvidar de tudo.”


“Dizem que Buda teria dito a seus seguidores pouco antes da morte: - ‘Todas as coisas complexas estão condenadas à decadência’.”


“Literalmente, Kant diz: “Age apenas segundo aquelas máximas através das quais possas, ao mesmo tempo, querer que elas se transformem numa lei geral”. (...).
Kant formulou o imperativo categórico de modo a que nós tratemos as outras pessoas sempre como um fim em si mesmo, e não como um simples meio para se chegar a outra coisa.”


“– Somente quando seguimos nossa “razão prática”, que nos habilita a fazer uma escolha moral, é que possuímos livre-arbítrio. Isto porque ao nos curvarmos à lei moral somos nós mesmos que estamos determinando a lei que vai nos governar.
– Sim, de certa forma isto está certo. Afinal, sou eu, ou alguma coisa em mim, quem diz que não devo maltratar os outros.
– Quando você mesma decide não maltratar mais os outros, ainda que isto venha a ferir os seus próprios interesses, nesse momento você está agindo em liberdade.”


“– Para Schelling, a natureza era o espírito visível, e o espírito a natureza invisível, pois por toda a parte podemos perceber e sentir a ação de um espírito ordenador, estruturador. Para ele, a matéria era uma espécie de inteligência adormecida.”


“Só um anjo pode se rebelar contra Deus.”


“Nem tudo o que é novo é necessariamente bom, e nem tudo o que é velho deve ser descartado.”

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