Editora: Civilização Brasileira
ISBN: 978-85-200-1056-3
Opinião: ★★★★☆
Páginas: 714
Sinopse: João Goulart
foi, sem dúvida, o principal herdeiro do carisma de Getúlio Vargas, a grande figura
da História do Brasil do século XX. Seu nome liga-se fortemente à República que
se estabelece no pós-1946, durante a qual constrói sua carreira política como parlamentar
e como liderança de uma das maiores organizações do sistema partidário que então
se consolida: o Partido Trabalhista Brasileiro. Contudo, pode-se dizer que, na memória
política nacional, o nome de Jango, quando é lembrado, o é muito mais por ter protagonizado
os últimos momentos dessa fase da vida política brasileira do que por qualquer outra
razão. Jango tornou-se, por excelência, o presidente deposto pelo movimento
civil e militar de 1964, que inaugurou mais de vinte anos de autoritarismo no
Brasil.
Um fato histórico tão determinante para a trajetória desse
presidente da República que praticamente tudo que ele fez no passado pré-64 ou no
decurso posterior de sua vida, até porque morreu no exílio, ficou como encapsulado
nesse acontecimento: uma espécie de síntese de sua vida, demarcada por sua deposição
do poder, em geral analisada como um desdobramento das ações de seu governo, globalmente
avaliado como um equívoco político. Tornar complexa esta versão historiográfica
já tão compartilhada, e relativizar os julgamentos de valor que ela constrói sobre
a figura de Jango, talvez seja uma das principais contribuições de João Goulart:
Uma Biografia. Uma, pois há outras.
Em função de uma pesquisa minuciosa, que recorre com destaque
à imprensa e às entrevistas de História Oral, Jorge Ferreira tece um rico panorama
da Terceira República brasileira, sem cair nas duas armadilhas que assombram seus
praticantes: a dos elogios, que a tornam uma hagiografia; e a da narrativa excessivamente
factual, pontuada por um certo voyeurismo, danosa ao trabalho do historiador.
Em outubro de 2008, com o título “pequena
explicação”, escrevi aqui no blog:
“(...) Só gostaria de salientar que as partes
dos livros de não-ficção, especialmente os dois últimos, foram bem maiores do que
o normal, assim como muitos dos que possivelmente virão por aí, porque não gostaria
de me esquecer das ideias que tinha absorvido – o que fatalmente ocorrerá com o
andar dos anos – e não poder relê-las com maior precisão. (...)
Daí a necessidade de textos maiores nos livros
de não-ficção, o que não implica que sejam melhores ou piores. Apenas gostaria de
levar os principais conceitos comigo – se é que isto é possível – mesmo nos livros
deste calibre.”
Como exemplo, a postagem anterior a esta, do livro
1968:
o ano que não terminou, foi bem longa – e o livro não tem trezentas páginas.
Esta biografia do Jango tem mais de setecentas páginas.
Destarte, seria inconveniente referenciar todos
os trechos que julgo importantes, pois a postagem tomaria um tamanho enorme, inconveniente
para um blog.
Até anotei os trechos que gostaria de destacar,
mas não será possível trazê-los para cá. Também não julguei conveniente postar só
um ou outro, deixando outras partes igualmente importantes para trás.
Fica a dívida.
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