domingo, 20 de fevereiro de 2011

Aléxandros: O sonho de Olympias, de Valerio Massimo Manfredi

Editora: Rocco

ISBN: 978-85-3251-015-0

Tradução: Mario Fondelli

Opinião: ★★★☆☆

Páginas: 312

Sinopse: Aléxandros é a história do jovem e belo príncipe da Macedônia que seria um dia conhecido como Alexandre, o Grande, pelas numerosas conquistas no mundo antigo. Nascido em meados do século IV a.C., filho do rei Filipe II e de Olympias, princesa de Epiro, ele cresce na corte cercado por jovens de sua idade e é educado de acordo com as tradições da dinastia, com ênfase na coragem, força de espírito, resistência à dor, ao frio, ao cansaço e à fome. O jovem Alexandre tem também o privilégio de aprender com uma das mentes mais brilhantes da Antiguidade: o filósofo Aristóteles, fundador do conceito de lógica, que recebe do rei Filipe quantias exorbitantes para revelar os segredos mais profundos de sua imensa sabedoria ao príncipe e também a alguns privilegiados amigos mais próximos. Esse grupo selecionado cresce num local longínquo e belo, na escola construída em Mésia especialmente para eles em meio às florestas e campos da Eordéia. Em seu retiro, os jovens estudantes fazem o juramento de nunca se separar e seguir seu príncipe na aventura mais extraordinária de todos os tempos: a conquista do mundo! A morte do pai marca o fim da adolescência de Alexandre, endurecendo seu coração: o rei é misteriosamente apunhalado no dia do casamento de sua irmã. Com a ausência de Filipe II, o Império se despedaça. Ninguém acredita que Alexandre será capaz de mantê-lo de pé. O rapaz, entretanto, reage com inusitado vigor e destrói os bárbaros do norte numa apoteótica batalha numa ilha do Danúbio, sob violenta tempestade de neve. Ele alcança as muralhas de Tebas em treze dias. A cidade cantada por Homero é arrasada em duas semanas. Sua fama corre o mundo e começam a chegar embaixadores dos mais variados países implorando por sua amizade. Ambicioso, Alexandre parte para a conquista do Extremo Oriente. Seus companheiros, que estiveram com ele em todas as horas, acreditam que o sol se levanta nos estreitos que dividem a Ásia e a Europa para iluminar seu olhar e inflamar seus sonhos. Alexandre, O Grande, tudo pode.



“– O poder e a glória de um rei só se justificam se ele estiver pronto a sacrificar a vida, quando chega a hora.”

 

 

“Temos atrás de nós planícies imensas percorridas por povos nômades, bárbaros e selvagens, e diante de nós as cidades dos gregos que se espelham no mar, que alcançaram os mais altos níveis de excelência nas artes, nas ciências, na poesia, na técnica, na política. Somos como aqueles que sentam diante de uma fogueira numa noite de inverno: o nosso rosto é iluminado e o peito é aquecido pelo fogo, mas atrás de nós só há frio e escuridão.”

 

 

“– Teu pai é um rei, meu filho, e os reis não são como os outros homens: precisam casar toda vez que o interesse do povo o requer, uma, duas, três vezes, e repudiar as mulheres pelo mesmo motivo. Devem lutar em guerras intermináveis, tramar, fazer e desfazer alianças, trair amigos e irmãos, se necessário. Achas que há lugar para uma mulher como eu no coração de um homem desses? Mas não precisas ter pena. Continuo sendo uma rainha e a mãe de Alexandre.”

 

 

“– Ler as façanhas dos heróis do passado é fundamental na educação de um jovem, assim como assistir à representação das tragédias – continuou o filósofo. – O leitor ou o espectador são levados a admirar as grandes e nobres proezas, a generosidade do comportamento de quem sofreu e deu a vida pela própria comunidade ou pelos próprios ideais ou expiou até o fim os erros seus ou dos antepassados.”

 

 

“– Lembra-te disto, Alexandre: eu nunca combato pelo mero prazer de lutar. Para mim, a guerra é apenas política feita por outros meios”.

 

 

“A ira de Filipe explodiu principalmente contra os tebanos, pelos quais se sentia traído. Vendeu os prisioneiros como escravos e recusou-se a devolver os mortos para que fossem sepultados. Quem o fez desistir foi Alexandre.

– Pai, tu mesmo disseste que é preciso ser clemente toda vez que isto for possível. – fez-lhe notar depois que sua fúria amainara. – Até Aquiles devolveu o cadáver de Heitor ao velho rei Príamo, que implorava em prantos. Estes homens lutaram como leões e deram a vida pela sua cidade. Merecem respeito. E além do mais, qual vantagem levaria ao atormentar os mortos?”

– Pai, tu mesmo disseste que é preciso ser clemente toda vez que isto for possível. – fez-lhe notar depois que sua fúria amainara. – Até Aquiles devolveu o cadáver de Heitor ao velho rei Príamo, que implorava em prantos. Estes homens lutaram como leões e deram a vida pela sua cidade. Merecem respeito. E além do mais, qual vantagem levaria ao atormentar os mortos?”

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