quarta-feira, 16 de março de 2011

A mulher marcada, de Håkan Nesser

Editora: Suma de letras

ISBN: 978-85-60280-21-6

Opinião: ★★★☆☆

Páginas: 288

Sinopse: Um homem é assassinado em frente à sua casa com dois tiros no peito e dois na região genital. Entretanto, nada é roubado de sua residência. Inicialmente o caso parece um incidente isolado e só atrai a atenção da imprensa local. Porém, dias depois mais dois homens são encontrados mortos nas mesmas circunstâncias. Quando surge a suspeita de que os crimes tenham sido cometidos por um assassino em série, o comissário Van Veeteren é convocado para ajudar os investigadores locais a solucionar o caso.

Com o avanço das investigações, o experiente policial sueco vai montando um difícil quebra-cabeça que reúne coincidências envolvendo as vítimas, como o fato de terem estudado juntas em uma escola militar. Além disso, Van Veeteren descobre que, antes de morrerem, elas receberam uma ligação telefônica com uma famosa canção dos anos 60 tocando ao fundo.

Pistas desconexas tornam a investigação um desafio complexo para Veeteren, que terá que correr contra o tempo para desvendar mistérios do passado, antes que outros assassinatos ocorram na pequena Maardam.



“O dia prometia apenas uma neve branda. Mas, perto da hora do almoço, os intensos ventos marítimos transformaram a garoa em uma torturante chuva inclinada da pior espécie. O vento atravessava a medula e os ossos e fez com que os donos dos bares do cais do porto fechassem as portas uma hora mais cedo que o habitual. (...)

Para piorar, o cemitério ficava na região sudoeste, em um terreno cheio de elevações e buracos, sujeito a todo tipo de intempérie. Quando o pequeno grupo finalmente chegou à cova recém-cavada e enlameada, alguns pensamentos vieram-lhe à mente.

Lá embaixo, pelo menos, estaria abrigada do vento. Dentro da cova não era preciso suportar esse vento e essa maldita chuva. Há um lado bom em tudo.”

 

 

“Não chore! Seja lá o que fizer, não chore no meu enterro. Lágrimas nunca me ajudaram em nada, acredite em mim. Chorei rios na minha vida. É melhor agir, minha filha!”

 

 

“Quando estava na metade do caminho da delegacia, teve outro problema. Tinha começado a chover novamente e ele entendeu que se não consertasse aquele maldito limpador de para-brisas, algo poderia acontecer.

Ao mesmo tempo, ele sabia que assim que resolvesse um dos problemas, logo surgiria outro.

Era simplesmente um desses carros.

Lembrava um pouco a própria vida.”

 

 

“– Acho que não posso ajudar muito. Não encontro nenhum elo entre eles. Acho que Maasleitner andava um pouco com Van Der Heukken e Biedersen. Pelo menos é o que eu me lembro. A senhorita entende que faz mais de trinta anos?

– Claro – a policial respondeu. – Mas sempre tive a impressão de que o serviço militar deixa marcas permanentes em todos os rapazes.

Tomaszewski sorriu.

– Certamente em alguns – respondeu. Mas a maioria de nós tenta esquecer o mais rápido possível.”

 

 

“– Por que você resolveu ser policial? – perguntou Ewa moreno.

– Quem não consegue ser nada na vida vira policial – disse Jung.”

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