Editora: Sextante
ISBN: 978-85-9929-614-1
Tradução: Vera Ribeiro
Opinião: ★★★★☆
Páginas: 368
Sinopse: Com mais
de três milhões de exemplares vendidos nos Estados Unidos, O Guardião de Memórias
é uma fascinante história sobre vidas paralelas, famílias separadas pelo destino,
segredos do passado e o infinito poder do amor verdadeiro.
Inverno de 1964. Uma violenta tempestade de neve obriga o
Dr. David Henry a fazer o parto de seus filhos gêmeos. O menino, primeiro a nascer,
é perfeitamente saudável, mas o médico logo reconhece na menina sinais da síndrome
de Down. Guiado por um impulso irrefreável e por dolorosas lembranças do passado,
Dr. Henry toma uma decisão que mudará para sempre a vida de todos e o assombrará
até a morte: ele pede que sua enfermeira, Caroline, entregue a criança para adoção
e diz à esposa que a menina não sobreviveu. Tocada pela fragilidade do bebê, Caroline
decide sair da cidade e criar Phoebe como sua própria filha. E Norah, a mãe, jamais
consegue se recuperar do imenso vazio causado pela ausência da menina. A partir
daí, uma intrincada trama de segredos, mentiras e traições se desenrola, abrindo
feridas que nem o tempo será capaz de curar.
A força deste livro não está apenas em sua construção bem
amarrada ou no realismo de seus personagens, mas, principalmente, na sua capacidade
de envolver o leitor da primeira à última página. Com uma trama tensa e cheia de
surpresas, O Guardião de Memórias vai emocionar e mostrar o profundo – e às vezes
irreversível – poder de nossas escolhas.
“Parecia não haver fim para as mentiras que uma
pessoa era capaz de dizer, depois de começar.”
“David tinha tentado proteger o filho das coisas
que sofrera quando criança: pobreza, preocupações, tristezas. Mas seus próprios
esforços haviam criado perdas que ele nunca tinha previsto. A mentira crescera entre
eles como uma rocha, obrigando-os a também crescerem de forma estranha, como árvores
retorcidas em volta de um pedregulho.”
“Nas montanhas, e talvez no mundo em geral, havia
uma teoria da compensação que dizia que, para tudo que era dado, outra coisa se
perdia, de maneira imediata e visível. Bom, você herdou a cabeça, mesmo que sua
prima tenha herdado a beleza. Elogios sedutores como flores, mas espinhosos
com seus opostos: É, você pode ser esperto, mas é feio como o diabo; você pode
ser bonito, mas não tem cérebro. Compensação, equilíbrio do universo. David
ouvia acusações em cada comentário sobre seus estudos – ele havia recebido demais,
havia tirado tudo – e, nos carros e caminhões, o silêncio se avolumava até parecer
impossível que algum dia uma voz humana pudesse rompê-lo.”
“A luz refletiu nas lâminas da tesoura. David
lembrou-se do brilho do bisturi ao fazer a episiotomia, lembrou-se de como havia
flutuado para fora de si, para assistir à cena do alto, de como os acontecimentos
daquela noite haviam desencadeado o rumo de sua vida, uma coisa levando a outra,
portas se abrindo onde não havia nenhuma, enquanto outras se fechavam, até ele chegar
a esse momento específico, com uma estranha procurando o desenho intrincado que
se escondia no papel e esperando a resposta dele, e não havia nada que ele pudesse
fazer nem qualquer lugar para onde pudesse ir.”
“Paul não tinha tomado banho, estava com o cabelo
grosso e engordurado, e o forte cheiro de suor, cigarro e roupa suja grudara-se
à sua pele. Odores acres, marcantes, cheiros de homem.”
“Ele nunca havia compreendido a tristeza da mãe,
embora mais tarde houvesse passado a carregá-la consigo, para onde quer que fosse.”
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