segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A Comédia dos Erros, de William Shakespeare

Editora: L&PM

ISBN: 978-85-2541-363-5

Tradução: Celso Márcio Teixeira

Opinião: ★★★★☆

Páginas: 100

Sinopse: É considerada pelos pesquisadores como a primeira peça de Shakespeare, com sua estreia nos palcos tendo ocorrido provavelmente em 1594. Os erros a que se refere o título são enganos provocados pelas pessoas que conversam alternadamente com um gêmeo e o outro, sendo um residente de Éfeso, onde se passa a ação, e o outro, estrangeiro. Os gêmeos são idênticos e têm ambos o mesmo nome: Antífolo. As confusões multiplicam-se, assim como a comicidade da trama, porque há mais um par de gêmeos idênticos em cena, os irmãos que atende pelo nome de Drômio.



“Quem ao meu bem-estar me deixa entregue, faz entrega de todo em todo inútil, pois é do que careço. Sou no mundo como uma gota de água que à procura de outra gota no oceano se encontrasse, e que, ao cair ali, toda desejos de achar a companheira, desaparece na busca, sem ser vista.”

 

 

“Da liberdade os homens são senhores; o tempo é o mestre deles; vão e vêm, conforme o tempo o enseja.”

 

 

“Serei, acaso, redondo assim, para me dardes ambos pancada sem parar, como se eu fosse bola de futebol? Sem mais nem menos, me aplicais pontapés. A durar isso, tereis de me mandar forrar de couro.”

 

 

“Desta arte fiel ele ficara ao leito. Sei que as mais belas joias, sem defeito, com o uso o encanto perdem. O próprio ouro se desgasta.”

 

 

“Que aconteceu, querido esposo, para que estranho, assim, ficasses de ti mesmo? Sim, de ti mesmo, disse, pois te encontras afastado de mim, que inseparável sendo de ti, me considero ainda melhor que a melhor parte de ti mesmo. Pois sabe, meu amor: fora mais fácil no mar deitares uma gota de água para, intacta, depois a recolheres, sem adição nenhuma ou qualquer perda, do que sem mim de mim te retirares.”

 

 

“A mancha do adultério em mim se alastra; trago no sangue o crime da luxúria, pois se ambos somos um, e prevaricas, na carne trago todo o teu veneno, por teu contágio me tornando impura.”

 

 

(Drômio de Siracusa) “– [...] Posso-vos afiançar que a sua rodilha ensebada poderia arder durante um inverno da Polônia. Se ela viver até o dia do Juízo final, há de arder uma semana mais do que o mundo.

(Antífolo de Siracusa) – De que cor é ela?

– Negra como estes sapatos, mas de rosto não tão limpo, e isso por suar tanto, que poderíamos patinhar com lama acima dos sapatos.

– É defeito que se corrige com água.

– Impossível, senhor; isso faz parte dela; nem todo o dilúvio de Noé chegaria para limpá-la.

– Como se chama?

– Vera, senhor; mas seu nome e três quartas, isto é, uma vara e três quartas não a alcançariam de uma a outra anca.

– Então é larga de verdade!

– Não mede mais dos pés à cabeça do que de uma a outra cadeira; é esférica; parece um globo terrestre; eu seria capaz de encontrar nela todos os países do mundo.”

 

 

“Na construção, o amor só faz ruínas?”

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