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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

O Outono da Idade Média – Johan Huizinga

Editora: Cosac Naify

ISBN: 978-85-7506-756-0

Tradução: Francis Petra Janssen

Opinião: ★★★★☆

Páginas: 656

Sinopse: Grande clássico da historiografia ocidental, publicado em 1919, este livro é a obra-prima de Johan Huizinga (1872-1945), sendo publicado em mais de vinte línguas. Pela primeira vez traduzido para o português a partir do original holandês, esta edição é resultado de pesquisas que reestabeleceram o texto original.
Raras vezes um período histórico foi apresentado de maneira tão viva e colorida. Aqui, a Idade Média é vista na plenitude de seus contrastes, distante do lugar-comum segundo o qual ela não passaria de uma transição, longa e letárgica, entre o brilho da Antiguidade e do Renascimento. O autor mostra as formas de vida e de pensamento medievais, tal como se expressaram na cultura, na arte, na religião e no pensamento, e também nos modos de expressão da felicidade, do sofrimento, do amor e do medo da morte no dia-a-dia das pessoas. Huizinga utilizou métodos e fontes históricas pouco usuais em sua época.
Combinando a crença no poder revelador da obra de arte e um olhar muito semelhante ao de um antropólogo, ele se tornou um pioneiro do que mais tarde se denominou história das mentalidades. Com 320 ilustrações, o volume inclui ainda uma entrevista com Jacques Le Goff e um ensaio biográfico de Peter Burke.

 
Comentário
     Como já ocorreu em algumas raras postagens, a extensão dos trechos que gostaria de citar não caberiam aqui no blog.
     Para não passar em branco, cito um pequeno trechinho e, destaco as figuras do livro que mais me chamaram atenção (mesmo as que não encontrei).
P.S.: Clicando-se nas figuras, pode-se observá-las em seu tamanho original.



“Toda época anseia por um mundo mais belo. Quanto mais profundos o desespero e a consternação diante de um presente incerto, tanto maior será esse desejo.”


12 – 1.2 – Gerard David, “Maria e Filho com santos e doador”.


53 – 2.3 – Albrecht Dürer – Melancolia, gravura


126 – 5.6 – Le Buisson ardent, a sarça em fogo de Nicolas Froment
(no livro destacado apenas o painel esquerdo do altar, com a figura do Rei René de Anjou, referenciado na obra)


225 – 11.3 – A morte na presença de Deus. Miniatura do livro de época de Rohan


231 – 11.7 – As três mortas e as três viúvas. Miniatura francesa do século XIII.



232 – 11.8 – As três vivas e as três mortas do livro de salmos de Bonne de Luxemburgo

233 – 11.9 – Detalhes da pintura do inferno – Pisa, Campo Santo. (encontrada outra figura homônima, que não é a mesma do livro.)


235 – 11.12 – Desenho de 1710 do monumento tumular desaparecido do rei René na igreja de Saint Maurice, em Angers.


237 – 11.14 – Aelbert Ouwater – O despertar de Lázaro


269 – 12.13 – Gerard David, Maria e santas, anjos e o pintor com sua mulher


384-385 – 17.6 – Pieter Bruegel, De Spreekwoorden (Os Provérbios)


416 – 18.2 e 18.3 – Gerar David, O julgamento de Cambises. O juiz Cambises havia se incriminado por ter proferido sentenças injustas. Acima, ele é preso; abaixo, é escorchado. No fundo, à direita, seu filho toma seu lugar no assento do juiz, recoberto com a pele de seu pai.



434-435 – 18.14 – Rogier van der Weyden, o chanceler Rolin. Retábulo de Beaune, fechado


436-437 – 18.15 – Rogier van der Weyden, o retábulo de Beaune, aberto, com a cena do juízo final

442 – 18.19 – Os profetas da Fonte de Moisés de Claus Sluter
(No livro consta esta escultura, mas não são exatamente as mesmas fotos)


447 – 18.23 – Jan van Eyck, O casal Arnolfini


453 – 18.28 – Rogier van der Weyden, Os Sete Sacramentos


480-481 – 20.1 – Jan van Eyck – A adoração do cordeiro de Deus


511 – 20.17 – Jan van Eyck, Madona com o cônego Joris van de Paele


486 – 20.7 – Jan van Eyck, Madona com o chanceler Rolin


524 – 21.3 – A paisagem urbana em As três Marias no sepulcro de Jan van Eyck

Um comentário:

  1. A despeito de um ou outro equívoco (dizer que a edição esta atualizada com a última norma da língua – mas não esta, e algumas figuras sem referência / algumas referências sem figura), este foi o livro com melhor qualidade de material que já li na vida.
    O acabamento é impecável. Tudo na obra causa admiração: as folhas plastificadas, as imagens e a organização do texto muito bem estruturada, as passagens de textos do original traduzidos direto do francês medievo, a tradução do livro em si direto do holandês original, os extras, enfim... é uma obra de arte que a Cosac Naify proporcionou. Parabéns a editora que – infelizmente para a cultura brasileira – fechou as portas.

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