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terça-feira, 10 de junho de 2014

A Torre Negra: Mago e Vidro, de Stephen King

Editora: Suma de Letras

ISBN: 978-85-81050-24-9

Tradução: Mário Molina

Opinião: ★★★★☆

Páginas: 810

Sinopse: A estranha e inesquecível odisseia de Roland de Gilead em busca da Torre Negra continua. No quarto volume da série imaginada por Stephen King, novos perigos ameaçam o ka-tet de Roland – formado por Jake, Eddie Dean, Sussanah e Oi.

Mago e Vidro retoma a eletrizante narrativa interrompida em As Terras Devastadas. Depois de enfrentar a terrível ameaça do monotrilho Blaine, o último pistoleiro e seus seguidores desembarcam na cidade de Topeka, no Kansas, e retomam o caminho do Feixe de Luz que conduz à Torre Negra. Roland revela então aos companheiros a história de seu passado, e a trágica perda de seu grande amor de juventude, a bela Susan Delgado.

Prosseguindo em sua jornada, o ka-tet chega a um palácio de vidro verde onde encontra ninguém menos do que o antigo nêmesis de Roland: Marten Broadcloak, conhecido em alguns mundos como Randall Flagg, em outros como Richard Fannin, e em outros ainda como John Farson, o Homem Bom. E Roland e seus companheiros descobrem então uma pavorosa verdade sobre o passado do pistoleiro...

Inspirada no universo imaginário de J.R.R. Tolkien, no poema épico do século XIX Childe Roland a Torre Negra Chegou, e repleta de referências à cultura pop, às lendas arturianas e ao faroeste, A Torre Negra mistura ficção científica, fantasia e terror numa narrativa que forma um verdadeiro mosaico da cultura popular contemporânea.



“Em Gilead, antes que o mundo seguisse adiante, a lua cheia do Fim do Ano fora chamada de Lua do Demônio, e as pessoas achavam que dava azar olhar diretamente para ela. Agora, contudo, isso não tinha importância. Agora havia demônios por toda parte.”

 

 

“– A vida é azeite, não óleo de rícino.”

 

 

“Deus odeia os covardes.”

 

 

“– Quando Eddie fica mesmo fodido, é capaz de convencer o diabo a tocar fogo no próprio corpo.”

 

 

“Tentou dizer que estava bem, que podiam ficar tranquilos, ele estava ótimo, mas não conseguiu pronunciar uma só palavra; aquele terrível som ondulante o transportara para o desfiladeiro retangular a oeste de Hambry tantos e tantos anos atrás. Depape, Reynolds e o velho coxo Jonas. Acima de tudo, no entanto, era a mulher da colina que ele odiava, e das profundezas mais negras de sentimentos que só um homem muito jovem podia atingir. Ah, mas como poderia ter feito outra coisa a não ser odiá-los? Seu coração fora partido. E agora, tantos e tantos anos mais tarde, parecia-lhe que o fato mais horrível da existência humana era que corações partidos saram.”

 

 

“– Acho que o serviço das putas tende a ser superestimado pelos jovens.”

 

 

“Ela deu uma risada. Os homens eram engraçados, sim, é claro que eram, e o que havia de mais divertido era que praticamente eles não tinham a menor consciência disso. Homens, com nomes que lhes pareciam tão valentes, tão capazes de impor respeito. Homens, tão orgulhosos de seus músculos, suas aptidões para a bebida, suas aptidões para a comida; tão incessantemente orgulhosos de suas picas. Sim, mesmo naqueles tempos em que um número imenso deles não conseguia soltar nada além do sêmen estranho e corrompido que produzia crianças que só serviam para ser afogadas no poço mais próximo. Ah, mas a culpa jamais era deles, certo, meu caro? Não, era sempre a mulher – seu útero, sua falha. Homens eram tão covardes. Tão francamente covardes. Aqueles três não tinham fugido da regra geral. O velho que mancava sabia olhar de frente – sim, sabia, um par de olhos claros e francamente curiosos tinha partido daquela cabeça e se fixado nela –, mas a mulher não viu nada naqueles olhos com que não soubesse lidar, a verdade foi essa. Homens! Não conseguia entender por que tantas mulheres os temiam. Não tinham os deuses criado os homens com a parte mais vulnerável de seus órgãos pendendo fora dos corpos, como um pedaço deslocado de tripa? Chutem aquilo e eles se curvarão como caracóis. Acariciem aquilo e seus cérebros se derreterão.” 

 

 

“Quando não há alternativa, a hesitação é sempre um erro.”

 

 

“Os bobos são as únicas pessoas da Terra que acreditam que vão conseguir o que merecem.”

 

 

“Roland virou para o outro lado, fechou os olhos e caiu no sono. O descanso foi leve, iluminado pelos sonhos cruamente poéticos que só garotos adolescentes têm, sonhos onde a atração sexual e o amor romântico se juntam e ressoam com mais força do que jamais conseguirão ter.”

 

 

“O diabo que se conhece é sempre preferível ao que não se conhece.”

 

 

“Frequentemente é melhor o silêncio, o pai lhe dissera quando, com cerca de dez anos, ela lhe perguntara por que estava sempre tão calado. Na época, a resposta a deixara confusa, mas agora tinha mais compreensão.”

 

 

“Seria possível lembrar a angústia e doçura daqueles primeiros anos? Recordamos nosso primeiro amor verdadeiro tão claramente quanto as ilusões provocadas pelo delírio de uma febre alta.”

 

 

“Como acontece com qualquer outra droga forte, o primeiro amor verdadeiro só é realmente interessante para aqueles que se tornaram seus prisioneiros.”

 

 

“E como ninguém suspeitava, podia continuar. De que outra forma seria possível suportar o idiota do irmão? A idiota daquela cidade? E, é claro, o conhecimento de que todos os rancheiros da Associação dos Cavaleiros, e pelo menos metade dos grandes proprietários de terra, eram traidores? – Foda-se a Confederação – ela sussurrou. – Melhor um pássaro na mão... Mas teria realmente um pássaro na mão? Alguém ali teria? Manteria Farson suas promessas? Promessas feitas por um homem chamado Latigo e passadas adiante pelo inimitável Kimba Rimer... Coral tinha suas dúvidas se seriam cumpridas; déspotas tinham modos muito convenientes de esquecer as promessas, assim como pássaros na mão tinham uma irritante mania de beliscar os dedos, fazer cocô na palma e depois voar. Não que isso ainda importasse; ela, pelo menos, tinha onde dormir. Além do mais, as pessoas sempre bebem, jogam e trepam, independentemente do sujeito para quem devem curvar os joelhos ou em cujo nome os impostos são cobrados.”

 

 

“– A única coisa que tenho para me orientar é o suor da minha testa.”

 

 

“– Talvez tenhamos de ver uma matança por aqui. Quem sabe? De qualquer modo, são as perguntas sem resposta que fazem valer a pena acordar de manhã.”

 

 

“Acordar para a verdade quando é tarde demais é uma coisa terrível.”

 

 

“A voz do pai era a mais severa das vozes, a voz que frequentemente ouvia em sonhos agitados, a voz que queria tanto agradar e tão raramente conseguia.”

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