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sábado, 11 de novembro de 2023

Anne de Avonlea, de Lucy Maud Montgomery

Editora: Ciranda Cultural

ISBN: 978-85-380-9254-4

Tradução: Rafael Bonaldi

Opinião: ★★★☆☆

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Páginas: 288

Sinopse: Agora com 16 anos, sentindo-se quase adulta, Anne está prestes a começar a lecionar na escola de Avonlea, a realidade de seu trabalho torna-se um teste para seu caráter, surgindo várias dúvidas quanto ao seu futuro. Ela conquistou o amor do povoado e se tornou uma ativa participante de uma associação para melhorias em Avonlea. Enfim, Anne decide deixar tudo para ir atrás de seu grande sonho.


“Nunca é possível prever o que acontecerá se uma professora usar a sua influência para o bem.”

 

 

“Posso afirmar que este é um mundo problemático.”

 

 

– Creio que a senhorita tem um temperamento apimentado – comentou ele, estudando as bochechas coradas e os olhos indignados à sua frente. – Presumo que combine com os seus cabelos. Avonlea é um lugar muito decente, caso contrário eu não teria me mudado para cá. Mas suponho que até mesmo a senhorita admitirá que o povoado tem alguns defeitos, não é?

– Eu gosto ainda mais de Avonlea por causa desses defeitos – respondeu a leal Anne. – Não gosto de pessoas e lugares sem defeitos. Acho que uma pessoa verdadeiramente perfeita não seria muito interessante. A senhora Milton White diz que nunca conheceu uma pessoa perfeita, mas que ouviu muito a respeito de uma... a primeira esposa do marido. O senhor não acha que deve ser muito desconfortável ser casada com um homem cuja primeira esposa era perfeita?

– Seria mais desconfortável ser casado com a esposa perfeita – declarou o senhor Harrison, com uma veemência repentina e inexplicável.”

 

 

– Este mundo é muito bom, apesar de tudo, não é, Marilla? – concluiu Anne, alegre. – Outro dia, a senhora Lynde queixou-se de que não se pode esperar muito do mundo. Que sempre que se anseia por algo prazeroso, o desapontamento era quase certo... Talvez seja verdade. Mas sempre há um lado bom. As coisas ruins tampouco fazem jus às expectativas e quase sempre acabam sendo muito melhores do que imaginávamos.”

 

 

 

“Existe algo bom em cada pessoa, é só uma questão de saber encontrá-lo. E é o dever de um professor descobri-lo e desenvolvê-lo.”

 

 

““A senhora Lynde veio me dar um bom conselho para amanhã" – pensou Anne, com uma careta, “mas acho que não vou entrar. Seus conselhos são como pimenta, eu acho... excelentes em pequenas quantidades, mas muito ardidos na dose que a senhora Lynde prefere.”

 

 

“Só quem não está mais vivo é que está livre de surpresas.”

 

 

“– Tudo o que é válido na vida dá algum trabalho.”

 

 

– Espero que se divirta, Anne. Você trabalhou duro no último ano e se saiu muito bem.

– Ah, não sei. Deixei a desejar em tantas coisas! Não fiz o que tinha prometido fazer no último outono, quando comecei a lecionar. Não tenho vivido de acordo com os meus ideais.

– Nenhum de nós consegue – comentou a senhora Allan, com um suspiro. – Mas você sabe o que Lowell diz, Anne: “Fracassar não é crime, mas sim ter pouca ambição”. Devemos ter ideais e tratar de viver de acordo com eles, mesmo que nem sempre tenhamos êxito. A vida seria uma lástima sem eles.”

 

 

“– Não sabe que só as pessoas muito tolas falam sério o tempo todo?”

 

 

“–Uma pessoa deve ter algumas compensações.”

 

 

“– Sempre me perguntei o que deu errado entre Stephen Irving e Lavendar Lewis – continuou Marilla, ignorando Davy. – Tenho certeza de que eles estavam comprometidos há vinte e cinco anos, mas, de repente, tudo se acabou! Não sei qual foi o problema, mas deve ter sido algo terrível, pois ele foi embora para os Estados Unidos e nunca mais voltou.

– Talvez não tenha sido nada tão terrível, afinal. Creio que as pequenas coisas da vida frequentemente causam mais problemas do que as grandes – disse Anne, em um daqueles lampejos de sabedoria que nem a experiência poderia ter aperfeiçoado.”

 

 

“– Esta é uma das coisas boas deste mundo... Podemos ter certeza de que sempre haverá outras primaveras.”

 

 

“– Homens são imprevisíveis. Uma vez, minha irmã mais velha, Charlotta I, achou que estava comprometida. Mas acontece que ele tinha uma opinião diferente e falou que não estavam, e por isso ela nunca mais vai confiar em um deles outra vez. E ouvi outro caso em que um homem pensava que estava muito apaixonado por uma moça, quando na verdade era da irmã dela que ele gostava o tempo todo. Se um homem não sabe o que quer, senhorita Shirley, como uma pobre mulher vai saber?”

 

 

“– Oh, é claro que existe um risco ao casar-se, com qualquer pessoa – concordou Charlotta IV – mas, consideradas todas as coisas, senhorita Shirley, existem coisas muito piores do que um marido.”

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