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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A invenção de Morel – Adolfo Bioy Casares

Editora: Rocco
Tradução: Vera Neves Pedroso
Opinião: ★★★☆☆
Páginas: 124
Sinopse: Lançado em 1940, o romance A invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares, é um clássico da ficção científica latino-americana e uma referência internacional do gênero. Prova de sua influência é a variedade de obras que inspirou, do longa-metragem O ano passado em Marienbad, do francês Alain Resnais, ao seriado pop norte-americano Lost. Narrado em primeira pessoa, o livro conta a história de um fugitivo que chega a uma ilha aparentemente deserta, com estranhas construções que também parecem abandonadas. Um dia, ele ouve música e ruídos. Percebe que não está sozinho e, atemorizado, busca refúgio num pântano. Aos poucos, porém, se aproxima do grupo e se apaixona por uma mulher. Mas algo que ele não entende ocorre ali, porque os desconhecidos não o veem e não o ouvem. Tudo parece estar relacionado com uma misteriosa máquina inventada por um sujeito chamado Morel e que sugere a criação de uma espécie de imortalidade, mas por meio de imagens. O argentino Bioy Casares tinha apenas 26 anos quando escreveu A invenção de Morel, uma obra visionária, que lança um questionamento sobre os limites entre o real e o virtual, extremamente válido ainda hoje.



“O mundo, com o aperfeiçoamento das polícias, dos documentos, do jornalismo, da radiotelefonia, das alfândegas, torna irreparável qualquer erro da justiça, é um perfeito inferno para os perseguidos.”


“Já não estou morto: estou apaixonado.”


“Julguei ter feito a seguinte descoberta: nas nossas atitudes, tem de haver inesperadas, constantes repetições. A ocasião favorável permitiu-me observá-lo. Ser testemunha clandestina de várias entrevistas das mesmas pessoas não é comum. Como no teatro, as cenas se repetem.”


“(fica enunciada a possibilidade de vários céus; se houvesse apenas um e todos fossem para lá e nos aguardasse um casal encantador e todas as suas quartas-feiras literárias, muitos já teríamos deixado de morrer). Entendia agora por que razão os novelistas falam em fantasmas queixosos. Os mortos continuam entre os vivos. Custa-lhes mudar de costumes, renunciar ao fumo, ao prestígio de violadores de mulheres.”


“Quando queremos desconfiar, a ocasião nunca falta.”

Um comentário:

  1. Poucos trechos, mas foram bem legais. Destaco: “Já não estou morto: estou apaixonado.” e
    "Como no teatro, as cenas se repetem.”

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