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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Fantasmas do século XX – Joe Hill

Editora: Sextante
ISBN: 978-85-99296-29-5
Tradução: Fernanda Abreu
Opinião: ★★☆☆☆
Páginas: 288
Sinopse: Fantasmas do século XX é muito mais do que um livro – é uma experiência sensorial assustadora e atraente.
Considerado o novo mestre do horror, Joe Hill apresenta 17 contos que passeiam por todas as vertentes da literatura de terror: do sobrenatural ao suspense, do thriller à fantasia.
Com um texto ágil, ácido, repleto de referências culturais, este livro tem o poder de suscitar sentimentos opostos, fazendo com que o leitor fique ao mesmo tempo aterrorizado com o rumo da história e empolgado com o ritmo da narrativa.
Em cada conto, por meio da trajetória de cada personagem – um adorável menino inflável; o filho de Van Helsing; um garoto sequestrado que recebe ligações de um morto; um editor que se vê dentro de um conto de terror; um dono de cinema que se apaixona por um fantasma –, Hill dá vida aos nossos piores pesadelos, nos levando a refletir sobre as atrocidades de que o ser humano é capaz.
Profundos, sensíveis e perturbadores, os contos reunidos nesta coletânea permanecem vivos na mente do leitor até muito tempo depois de ele fechar o livro.

“Foi até a prateleira e pegou o primeiro volume do livro O melhor do novo horror (que era o melhor de todos), curioso para ver o que o deixara tão entusiasmado na época. Enquanto procurava o sumário, deu de cara com a dedicatória que fizera para sua então esposa, Elizabeth. ‘Que me ajuda a encontrar o caminho no escuro’, escrevera ele, num surto de afeição. Olhar para aquilo agora fazia sua pele se arrepiar.”


“– Mas eu vou ter que fazer isso de qualquer maneira. Todo mundo tem. (...) Você vive uma vida de astronauta quer queira, quer não. Deixa tudo para trás em troca de um mundo que desconhece. Simplesmente é assim que acontece.”


“Antes que eles pudessem ir embora, Alinger pigarreou para chamar atenção. Ninguém tinha coragem de ir embora depois de ser visto (por Alinger); na batalha entre nervosismo e convenção social, a convenção social quase sempre vencia.”


“O menino engraçado sempre tem algum defeito. É por isso que ele é engraçado... para desviar a atenção das pessoas para outra coisa.”


“– Bom, o que ele faz para seu coração acelerar? Além de beijar você sem dentadura?
– Me deixe em paz, Bobby. (...)
– Não consigo – disse ele, e de repente compreendeu que estava zangado com ela. – Se ele não é engraçado, deve ser alguma outra coisa. Eu preciso saber o quê.
Paciente – disse ela.
– Paciente – repetiu Bobby. Ficou espantado com a possibilidade de aquela ser a sua resposta. (...) – Eu queria conhecer o homem com quem você vive e me sentir doente de ciúme, mas em vez disso estou me sentindo apenas enjoado. Queria que você se apaixonasse por alguém bonito, criativo, brilhante, um escritor, um dramaturgo, alguém com senso de humor e um pau de 35 centímetros. Não por um cara com cabelo à escovinha e que trabalha em um depósito de madeira, que acha que massagem erótica se faz com pomada analgésica.”


“– Por que vocês não podem me proteger? – perguntei.
– Porque existem algumas coisas para as quais amor de mãe e coragem de pai não são suficientes.”


“Parece-me que a característica que separa os populares dos rejeitados é a certeza de quem se é. Eddie sabia quem era. Ele aceitava a si mesmo. Seus defeitos haviam deixado de incomodá-lo. Cada palavra que ele pronunciava era uma expressão espontânea e pura de sua verdadeira personalidade. Enquanto isso, eu não tinha nenhuma imagem clara de mim mesmo, estava sempre olhando para os outros, observando-os com atenção, esperando e ao mesmo tempo temendo captar alguma pista daquilo que viam quando olhavam para mim.”


“No final das contas, as pessoas em geral acabam conseguindo o que querem em quantidade um pouco maior do que conseguem administrar, não é?”


“Desmontar alguma coisa é sempre mais rápido do que montar. Isso se aplica a tudo, exceto ao casamento.”


“(...) – Não sei o que aconteceu com ela depois do ensino médio. Você convive com alguém durante um tempo e aí um dia um buraco se abre debaixo da pessoa e ela cai para fora do seu mundo.”

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