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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Príncipe Caspian (As Crônicas de Nárnia) – C. S. Lewis

Editora: Martins Fontes
Tradução: Paulo Mendes Campos
ISBN: 978-85-7827-069-8
Opinião: ★★★☆☆
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Páginas: 108
Sinopse: Ver Parte I



“O anão era muito eficiente (existem anões maus, é verdade, mas não conheço nenhum que seja bobo).”


“Não diga besteira, Nikabrik! – disse Caça-trufas. – Vocês, anões, são tão esquecidos e inconstantes quanto os humanos. Eu, não, sou um bicho; mais que isso, sou um texugo, e os texugos sabem o que querem.”


“Seus presentes eram preciosos: cotas de malha, elmos e espadas para Caspian, Trumpkin e Nikabrik. Também quiseram dar o mesmo ao texugo, mas este disse que era bicho, e bicho que não soubesse defender-se com as patas e os dentes não tinha o direito de viver.”


“– É o momento oportuno – respondeu o centauro. – Eu observo os céus, texugo, porque compete a mim vigiar, como a você compete não esquecer.”


“– Os que fogem primeiro nem sempre são os que haverão de fugir no final – disse o centauro.”


“– Não sei por que é difícil de acreditar, se você acredita em magia – disse Lúcia. – Não há tantos casos em que por magia as pessoas são chamadas a sair de um lugar... até a passar de um mundo para o outro? Nas Mil e uma noites, quando o mago conjura o gênio, ele tem de aparecer. Foi mais ou menos o que aconteceu conosco.
– Exato – concordou Pedro. – Mas o que faz isso aparecer tão estranho, é que nas histórias, é sempre alguém do nosso mundo que faz o chamado... E ninguém realmente para pra pensar de onde vem o gênio.
– E agora podemos compreender como o gênio se sente – disse Edmundo, com uma gargalhada. – Caramba! Não é muito agradável saber que podemos estar à mercê de um assovio. Ainda é pior do que ser escravo do telefone, como papai se queixa tanto.”


“Não tardou que adormecessem todos, menos Lúcia. Como não estava tão cansada quanto os outros, não conseguiu arranjar uma posição cômoda. Além disso, tinha-se esquecido de que todos os anões roncam. Sabia que para adormecer não há nada como deixar de se esforçar para isso; assim, abriu os olhos.”


“– Desta vez, Su, o N.C.A. saiu vencedor! – disse Pedro, com um sorriso amarelo. Porque até ele ficara um tanto abalado com a aventura.
– Atirei tarde demais – justificou-se Susana muito embaraçada. – Tive medo que fosse um daqueles ursos... sabe?... um daqueles que falam.
A verdade é que ela tinha horror a matar, fosse o que fosse.
– Pois aí é que esta o problema! – Concordou Trumpkin. Os animais, na sua maioria, ficaram mudos e tornaram-se inimigos. Nunca se sabe de que gênero são; se a gente espera, pode ser tarde demais.
– Coitado do urso! – murmurou Susana. – Acha que ele era dos maus?
– Claro que sim! – disse o anão. – Vi bem o focinho dele e ouvi seu rosnado. Ele queria uma garotinha para o café da manhã. (...)
Quando se sentaram, Lúcia disse:
– Sabe, Su, acaba de me ocorrer uma ideia terrível.
– O que foi?
– Não seria medonho se um dia, no nosso mundo, os homens se transformassem por dentro em animais ferozes, como os daqui, e continuassem por fora parecendo homens, e a gente assim nunca soubesse distinguir uns dos outros?”

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