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sexta-feira, 13 de março de 2009

Angus: as cruzadas, de Orlando Paes Filho

Editora: Planeta do Brasil

ISBN: 978-85-7665-077-5

Opinião: ★☆☆☆☆

Páginas: 448

Sinopse: A fé, os ideais, os heróis, as batalhas, as cruzadas. Um dos períodos mais dramáticos da História em um livro fascinante. Orlando Paes Filho conta nesta obra a história dos guerreiros do clã de Angus MacLachlan durante as duas primeiras cruzadas. Reis e Imperadores defrontam suas ambições e ideais sobre um tapete de sangue humano. Batalhas fantásticas, conflitos filosóficos, um guerreiro em busca de sua espada perdida, sua honra e justiça.


 

“As trancas da porta da morte se abriam, estendendo seus braços famintos; suas plumas negras espigadas beiravam os leitos de morte. A ilusória luz dos murmúrios decadentes entristecia as perdidas almas que urravam sob a dor da desolação. Eram acordados de seu pesadelo com o grosso gole de suas lágrimas nas âmbulas malditas. Aquele pavilhão de homens orgulhosos deitados, imersos no pesadelo eterno dos mortos-vivos. Naquelas trevas andróginas repletas de fel, em meio às nuvens contrárias ao amor, o homem bebia seu próprio sangue inebriado, sob o aplauso insano das estrelas caídas...”

 

 

“Dizia adeus aos cornos de fumaça. Cumprimentei o nevoeiro enfurecido. Saudei o fogo do céu. Honrei a luz mortal da lua cheia. Supliquei aos corvos todo mau agouro. Que o nosso navio rodopiasse na esteira de sangue. Entrei em núpcias com a morte. Desejava as crias vigorosas da loucura. Justificava o turbilhão dos pesadelos vindouros. Estava presente na lapidação das injustiças. Dela éramos parceiros e cúmplices. E que nossa culpa fosse punida com severidade. Pois pesava sobre meus ombros o futuro da cristandade.”

 

 

“Pareceu-lhe que suas mãos acostumadas a golpear os inimigos sem misericórdia encontravam a redenção naquele corpo que ele acariciava na avidez de conhecer cada parte secreta e íntima. Sentiu os lábios dela beijando suas cicatrizes, o mapa de suas dores, transformando as lembranças que o atormentavam em doces recordações. Enterrou-se no seu corpo com o ímpeto de quem batalha, cavalgando os seus gemidos, ele próprio vencedor e vencido.”

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